
A Polícia Federal vai ouvir nesta terça-feira (30) separadamente, a partir das 14h, o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. Os depoimentos ocorrerão na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, não na Polícia Federal, e devem ser presenciais e não por videoconferência como chegou a ser cogitado. Após as oitivas, caberá à delegada responsável decidir se haverá ou não acareação entre os envolvidos.
Inicialmente, a acareação havia sido determinada pelo ministro Dias Toffoli, relator do caso no STF, que assumiu a condução das investigações sobre suspeitas de fraudes envolvendo o Banco Master. No entanto, após críticas à medida, o Supremo informou que a decisão final sobre o confronto de versões ficará a cargo da Polícia Federal, com acompanhamento de um juiz auxiliar do gabinete do ministro. O processo tramita sob sigilo, e a Corte não detalhou os motivos para a mudança de procedimento.
Na semana passada, Toffoli negou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para cancelar a acareação. No sábado, ao responder a um pedido de esclarecimento do Banco Central, o ministro afirmou que Ailton de Aquino não é investigado formalmente, embora tenha ressaltado que a apuração envolve a atuação da autoridade reguladora nacional.
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Depoimentos estão ligados à tentativa da venda do Banco Master
Os depoimentos estão ligados à tentativa de venda do Banco Master ao BRB, instituição estatal do Distrito Federal, operação anunciada em março de 2025 e posteriormente vetada pelo Banco Central, em setembro. Dois meses depois, Daniel Vorcaro foi preso, e o BC decretou a liquidação do banco, diante de suspeitas de operações fraudulentas que somam cerca de R$ 12 bilhões.
A investigação teve início na Justiça Federal do Distrito Federal, mas foi remetida ao STF após a Polícia Federal localizar um documento que mencionava uma negociação imobiliária envolvendo um deputado federal, o que atraiu a competência da Corte.
Internamente, a decisão pela liquidação do Banco Master foi aprovada de forma unânime pela diretoria colegiada do Banco Central, incluindo o voto favorável do presidente da instituição, Gabriel Galípolo. Ainda assim, Ailton de Aquino, diretor responsável pela fiscalização, teria sido apontado como o integrante que mais resistiu à medida, sendo visto por setores do mercado como um aliado do banco. Este seria um dos motivos que embasaria a tomada dos depoimentos nesta terça, além da necessidade de identificar se há contradições entre os depoentes.
Registros do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) indicariam que quase 40 alertas formais foram feitos sobre problemas de liquidez, inconsistências no balanço e outros riscos envolvendo o Master. A PF quer entender se os problemas teriam sido reiteradamente minimizados.

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Suposta fraude de R$ 12 bi
O debate sobre uma ação mais severa ganhou força após o anúncio da compra de 58% do Banco Master pelo BRB, operação que manteria Vorcaro no comando da instituição e foi interpretada como uma tentativa de salvamento, item que também deve ir à pauta dos questionamentos nesta tarde. Durante a análise dessa transação, a diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução identificou supostas fraudes em contratos de crédito consignado que lastrearam o repasse de cerca de R$ 12,2 bilhões do BRB ao Master, antes mesmo de qualquer fusão entre os bancos.
A partir daí, teria havido um racha interno no Banco Central, com uma ala defendendo a intervenção imediata e outra buscando alternativas para manter o banco em funcionamento. A PF busca esclarecimentos se isso de fato existiu e, em caso positivo, quem atuou em cada uma das correntes e de que forma teria atuado.

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