Governo do DF pede laudo de Bolsonaro diante de possível prisão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisa passar por avaliação médica, uma vez que pode ser preso em breve. Este é o pedido do secretário de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Wenderson Souza e Teles, ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O ofício com o pedido é datado desta segunda-feira (3).

O órgão quer checar se há compatibilidade entre o quadro clínico de Bolsonaro e “a assistência médica e nutricional disponibilizados nos estabelecimentos prisionais desta Capital da República.”

No documento, Teles cita a escolta emergencial realizada em 16 de setembro até o hospital DF Star, após Bolsonaro passar mal. O ex-presidente permaneceu internado e foi liberado no dia seguinte. O secretário ainda menciona as cirurgias abdominais a que Bolsonaro foi submetido, após o atentado a faca por Adélio Bispo, em 2018.

Bolsonaro pode ser preso na Papuda

A avaliação de bastidores é de que Bolsonaro seja enviado para o Complexo Penitenciário da Papuda. O local tem capacidade para 1.600 detentos, além de ala especial para políticos, policiais, idosos ou outros considerados mais vulneráveis a ameaças.

Na ala especial, as celas têm 30 metros quadrados e são equipadas com beliches, chuveiro e vaso sanitário. A dieta padrão inclui quatro refeições diárias e duas horas de banho de sol.

Moraes ainda não decidiu se autoriza ou não a avaliação médica. O resultado pode definir se Bolsonaro irá para uma prisão comum, para uma internação hospitalar sob custódia ou se permanece em seu condomínio em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar.

Bolsonaro recebeu condenação de 27 anos de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Ele foi acusado de liderar um suposto plano de golpe de Estado no final de 2022, após a vitória do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O julgamento do recurso do ex-presidente deve ocorrer nesta sexta-feira (7).

A Secretaria de Administração Penitenciária do DF informou que aguarda uma resposta de Alexandre de Moraes ao ofício.