O guia de montanha Agan, participante direto da operação que tentou salvar a brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani (Indonésia), gravou um podcast em duas partes contando tudo que viu e viveu. A Dra. Viviane analisa cada trecho em vídeos no TikTok. A seguir, reunimos Parte 1 e Parte 2 do relato.
• Parte 1 – Voluntários pendurados à beira do abismo
- Falta de visibilidade e uso limitado de drones térmicos.
- Equipes descendo até 400 m em vários pontos, subindo e descendo repetidamente.
- Socorristas passaram até três dias sem alimentação adequada, dormindo presos às cordas em encostas de 45 °.
- Ataques injustos nas redes sociais abalaram, mas não desmotivaram a equipe.
🎥 Assista ao vídeo da Parte 1 (comentado pela Dra. Viviane)
• Parte 2 – O içamento do corpo e o “momento chuva de pedras”
1. Chegada de Agan e reorganização da missão
Quando soube do acidente, Agan estava em Jacarta testando equipamentos de montanhismo na feira Indofest. Bombardeado por mensagens em inglês e português, cancelou todos os compromissos, pegou um voo noturno e, no dia seguinte, escalou o Rinjani carregando 1 300 m de corda, brocas, kits de perfuração e alimentos leves para a equipe exausta.
2. A frase que uniu a equipe
“Se Juliana estiver viva, cada minuto é precioso; se estiver em óbito, temos o dever de trazê-la de volta com dignidade.”
A declaração virou lema e deu novo ânimo a voluntários e agentes do SAR, já há dias na montanha.
3. Localização e confirmação do óbito
No quarto dia, as equipes localizaram o corpo mais abaixo do que imaginavam, na região da segunda queda. Ao comunicarem via rádio o código MD (“morte declarada”), trocou-se a busca por salvamento pelo plano de remoção digna.
4. Içamento em terreno instável
- Avaliação inicial pensou em descer o corpo pelo lago, mas a quantidade de pedras soltas tornava o trajeto impossível.
- Optaram por içar em um declive de 45 °, prendendo o corpo e o equipamento para não rolar.
- A subida levou 9 horas; cada metro exigia parada para avaliação de risco de desabamento.
5. “Chuva de pedras” fere voluntários
Durante o içamento, uma chuva de pedras surpreendeu a linha de resgate, ferindo vários voluntários – inclusive Agan, que machucou a perna. Mesmo assim, ninguém abandonou a operação.
6. Símbolo de honra
Ao chegar ao ponto onde Juliana foi encontrada, Agan fincou a bandeira da Indonésia como gesto de respeito e resposta às críticas que a equipe recebera on-line.
7. Pedido de respeito à família
Agan solicitou que quaisquer fotos do corpo fossem apagadas, em consideração aos parentes da vítima.
“Esse foi o resgate mais difícil dos meus 10 anos no Rinjani”, concluiu o guia, defendendo a revisão dos protocolos de segurança e evacuação em montanhas de toda a Indonésia.
🎥 Assista ao vídeo da Parte 2 (comentado pela Dra. Viviane)
Linha do tempo resumida do resgate
Dia Acontecimento D-0 Acidente de Juliana; primeiras buscas sem sucesso D-1 a D-2 Equipes descem 400 m em vários pontos sob neblina; voluntários dormem pendurados D-3 Agan chega a Lombok, leva 1 300 m de cordas e reorganiza a missão D-4 Corpo localizado; confirmação de óbito (código MD) D-5 Içamento de 9 h com chuva de pedras; corpo levado ao topo e, depois, à base
Próximos passos
- Translado para o Brasil com possibilidade de nova autópsia.
- Revisão dos protocolos de resgate no Rinjani, defendida por Agan.
📢 BelfordRoxo24h – Aqui a informação nunca para
📞 Denúncias, vídeos e sugestões: (21) 97915-5787
🔗 Canal oficial no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029Vaeuc09HQbRzJSttqN1V
Siga @BelfordRoxo24h em todas as redes.