
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, durante a audiência de custódia neste domingo (23), que o uso de medicamentos o fez tentar violar a tornozeleira eletrônica na madrugada da última sexta (21) para sábado (22), o que despertou um alerta na Polícia Federal e levou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a determinar a sua prisão preventiva.
Bolsonaro está preso desde a manhã de sábado (22) após a autoridade indicar risco de fuga em meio à vigília convocada por seus apoiadores e de um alerta de tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica. Bolsonaro confirmou que manipulou o dispositivo com um ferro de solda, mas negou que foi para tentar fugir.
“O depoente respondeu que teve uma ‘certa paranoia’ de sexta para sábado em razão de medicamentos que tem tomado receitados por médicos diferentes e que interagiram de forma inadequada (Pregabalina e Sertralina); que tem o sono ‘picado’ e não dorme direito resolvendo, então, com um ferro de soldar, mexer na tornozeleira, pois tem curso de operação desse tipo de equipamento. Afirmou o depoente que, por volta de meia-noite mexeu na tornozeleira, depois ‘caindo na razão’ e cessando o uso da solda, ocasião em que comunicou os agentes de sua custódia”, diz trecho da ata da audiência a que a Gazeta do Povo teve acesso.
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Bolsonaro afirmou, ainda, que estava com uma “alucinação” de que havia alguma “escuta” na tornozeleira, o que o levou a tentar abrir a tampa do dispositivo. Disse, ainda, que não se lembra de um “surto dessa natureza” em outra ocasião. Também pontuou que estava sozinho em casa com a filha, o irmão mais velho e um assessor, e que nenhum deles o viu manipulando a tornozeleira.
“O depoente afirmou que não tinha qualquer intenção de fuga e que não houve rompimento da cinta”, completou.
A audiência foi conduzida por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes e durou cerca de 40 minutos. A Gazeta do Povo procurou a defesa de Bolsonaro para comentar a audiência e aguarda retorno.
Ainda durante a audiência de custódia, Bolsonaro relatou não ter havido qualquer abuso ou irregularidade por parte dos policiais responsáveis pelo cumprimento do mandado de prisão, o que levou o juiz auxiliar a confirmar o prosseguimento da detenção.
Ao mesmo tempo em que Bolsonaro passava pela audiência de custódia, um pequeno grupo de apoiadores voltou a protestar contra a prisão preventiva com faixas, cartazes e palavras de ordem. Eles afirmaram que não sairão de uma área em frente à superintendência enquanto o ex-presidente continuar detido.
A prisão de Bolsonaro está mantida pelo menos até o julgamento da decisão monocrática de Moraes nesta segunda (24) no plenário virtual da Primeira Turma do STF. A expectativa é de que os demais ministros do colegiado – Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin – referendem a decisão.
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