Uber planeja investir US$ 2 bilhões no Japão em 5 anos, diz CEO | Empresas

“O mercado de táxis japonês é o maior do mundo”, disse Khosrowshahi ao “Nikkei Asia” e à TV Tokyo durante uma visita a Tóquio.

“O Japão, especialmente nas grandes cidades, é muito denso em termos de qualidade de vida”, disse ele. “Portanto, acreditamos que o potencial para entregas no Japão é muito, muito grande.”

A Uber opera em cerca de 70 países e estabeleceu uma subsidiária japonesa em 2012. Mas apenas 20% dos japoneses usaram o Uber Eats, bem abaixo da taxa de penetração de 80% na Austrália, por exemplo, de acordo com Khosrowshahi.

A Uber espera investir mais de US$ 400 milhões no Japão em 2025, disse Khosrowshahi. A empresa manterá esse nível de investimento ao longo de cinco anos.

Além de expandir parcerias com empresas de táxi e restaurantes, a Uber planeja investir em campanhas publicitárias para promover seus serviços, contratando mais funcionários.

Desde que assumiu o cargo, em 2017, Khosrowshahi tem trabalhado para melhorar a lucratividade e a cultura da empresa, que antes era considerada um exemplo de agressividade.

Como parte dos esforços para aumentar a lucratividade, Khosrowshahi reduziu o desenvolvimento interno da tecnologia de direção autônoma da Uber. Desde então, a empresa firmou parcerias com empresas como a Waymo, possibilitando o uso de veículos autônomos em algumas cidades dos Estados Unidos e de outros países.

Embora “nossos clientes adorem” os veículos autônomos, “levará de cinco a dez anos, por exemplo, para que a direção autônoma represente mais de 10% do volume global de viagens em nossa rede”, disse Khosrowshahi.

O tempo necessário para reduzir os custos dos veículos e para cumprir as regulamentações serão fatores que contribuirão para isso, afirmou.

A Uber está expandindo gradualmente as áreas nos Estados Unidos onde seus carros autônomos estão disponíveis. Recentemente, lançou o serviço em Abu Dhabi e considera expandi-lo para a Europa.

“Gostaríamos muito de trazer veículos autônomos para o Japão, e isso faz parte da minha viagem aqui. Conversar com parceiros de tecnologia autônoma e também com nossos parceiros de veículos”, disse Khosrowshahi.

Alguns especulam que os motoristas perderão seus empregos à medida que a tecnologia de direção autônoma se torna mais avançada. Khosrowshahi argumentou que o impacto a curto prazo será limitado, mas reconheceu que “de modo geral, à medida que a inteligência artificial se desenvolve, surgirão alguns problemas relacionados à sua capacidade de substituir o trabalho humano, e essa é uma grande questão para as sociedades e empresas que investem na tecnologia, e não acho que os veículos autônomos serão diferentes no futuro”.

Em resposta a essas crescentes preocupações sociais, a Uber lançou recentemente um serviço nos Estados Unidos que permite que motoristas cadastrados ganhem renda extra em inteligência artificial, rotulando e enviando dados de treinamento para empresas de inteligência artificial.

“A maioria das pessoas associa a Uber à mobilidade, mas outra forma de ver a Uber é como uma plataforma para trabalho flexível”, disse Khosrowshahi.

“Há mais de 9 milhões de pessoas ganhando dinheiro com a Uber”, afirmou, citando tarefas convencionais como dirigir e fazer entregas. “Se considerarmos a Uber como uma plataforma de trabalho, nos perguntamos: que outros tipos de trabalho as pessoas poderiam fazer na Uber?”

Khosrowshahi expressou o desejo de expandir o novo serviço para outros países e regiões, incluindo o Japão.