
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontraram na Malásia no domingo (26). Embora a tarifa de 50% sobre grande parte das importações de produtos brasileiros que o republicano impôs em agosto não tenha sido suspensa, a reunião teve um clima amistoso diante das câmeras e Lula e o chanceler Mauro Vieira saíram manifestando otimismo a respeito de um possível acordo em breve.
Entretanto, como as negociações entre Trump e outros países são cheias de idas e vindas, sorrisos diante da imprensa não são garantia de reversão de tarifas e nem mesmo de que medidas ainda piores estejam descartadas. Confira abaixo três casos em que o presidente americano puniu outros países após reuniões amigáveis com seus líderes:
Índia
Em fevereiro, Trump recebeu o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e elogiou o líder indiano.
“É uma grande honra receber o primeiro-ministro Modi da Índia. Ele é um grande amigo meu de longa data. Tivemos um relacionamento maravilhoso e o mantivemos durante nosso período de quatro anos [em que Trump esteve fora da Casa Branca]”, disse Trump. “Acabamos de recomeçar [o relacionamento].”
Apesar do clima amistoso, Trump não deixou de alfinetar Modi na reunião, a respeito do que considera práticas comerciais injustas da Índia contra os Estados Unidos.
“O primeiro-ministro Modi anunciou recentemente a redução das tarifas injustas e muito pesadas da Índia, que limitam fortemente o acesso dos EUA ao mercado indiano. E realmente é um grande problema, devo dizer”, acusou Trump, enquanto Modi sorria amarelo.
Não demorou para o puxão de orelha virar um problemão para o premiê indiano: no começo de abril, os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 25% sobre produtos da Índia no chamado Dia da Libertação e em agosto a sobretaxa foi elevada para 50%, devido às compras de Nova Delhi de petróleo russo.
Rússia
Em 15 de agosto, Trump realizou no Alasca uma esperada reunião com o ditador russo, Vladimir Putin, na qual discutiram a guerra na Ucrânia.
O líder do Kremlin foi recebido com pompa e muitos sorrisos em Anchorage, mas ao final do encontro, em declarações à imprensa, Trump, já com o semblante carrancudo, disse que não era possível anunciar um cessar-fogo, sua grande meta.
“Tivemos grandes progressos, sempre tive uma relação fantástica com Vladimir, tivemos muitos encontros duros, atrapalhados pela farsa de Rússia, Rússia, Rússia [acusações de interferência na eleição americana de 2016]”, disse Trump, que classificou o encontro como “muito produtivo”, com “muitos pontos em que concordamos”, mas “ainda não chegamos lá”.
O presidente americano tentou marcar um encontro de Putin com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mas diante da resistência do Kremlin a essa reunião e da continuidade da ofensiva russa, perdeu a paciência.
Na semana passada, os Estados Unidos impuseram sanções econômicas contra as duas maiores empresas petrolíferas russas, a Rosneft e a Lukoil, com o Departamento do Tesouro americano alegando “falta de comprometimento sério da Rússia com um processo de paz para pôr fim à guerra na Ucrânia”. O Kremlin considerou tal medida um “ato de guerra”.
Canadá
Trump recebeu duas vezes na Casa Branca o premiê do Canadá, Mark Carney, em maio e no começo de outubro. Apesar dos elogios ao primeiro-ministro diante das câmeras, o americano não aliviou para os canadenses após esses encontros – muito pelo contrário.
No início deste mês, diante de jornalistas no Salão Oval da Casa Branca, Trump disse que os Estados Unidos vão “tratar as pessoas de forma justa”. “Vamos tratar especialmente o Canadá de forma justa”, garantiu.
“Desde o início, gostei dele [Carney] e temos um bom relacionamento”, disse Trump, que falou que, apesar de “conflitos naturais” entre os dois países, há também “amor mútuo”. “Vocês sabem que temos um grande amor um pelo outro”, afirmou.
Pelo jeito, o amor acabou: na semana passada, depois de ficar irritado com um anúncio do governo da província canadense de Ontário que mostrava um comentário do ex-presidente americano Ronald Reagan (1981-1989) falando sobre tarifas, que Trump disse ser uma “fraude”, ele encerrou as negociações comerciais com o Canadá e dois dias depois impôs uma tarifa de 10% “além do que eles estão pagando agora”.
O país ao norte já vinha sofrendo com uma tarifa de 35% sobre produtos canadenses não abrangidos pelo acordo comercial entre os dois países e o México e com tarifas de 50% que Trump havia imposto a todos os países nas compras de aço e alumínio. Lula que se cuide.
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