
Trabalhadores fizeram uma manifestação na loja de departamentos parisiense BHV nesta sexta-feira (10) para protestar contra a administração e seu acordo com a Shein, que concedeu à varejista de fast-fashion um espaço permanente no sétimo andar.
A Société des Grands Magasins (SGM), proprietária da BHV, enfrentou uma onda de críticas na França, inclusive do prefeito de Paris, desde o anúncio na semana passada da parceria com a Shein, que envia roupas baratas diretamente de fábricas na China para compradores em mais de 160 países.
Dezenas de trabalhadores se reuniram, agitando bandeiras de sindicatos, do lado de fora da loja de departamentos, onde representantes de sindicatos e funcionários da prefeitura fizeram discursos.
Atrasos nos pagamentos às marcas da loja de departamentos, que vem enfrentando dificuldades há anos, já haviam levado à escassez de produtos, prejudicando as vendas e deixando trabalhadores preocupados com os empregos, de acordo com uma declaração do sindicato lida durante o protesto.
A saída de diversas marcas francesas da BHV após o acordo com a Shein agrava essas preocupações, disseram os membros do sindicato.
“Nossos clientes já foram embora porque não conseguem encontrar o que querem, mas também estão preocupados e não aprovam a chegada da Shein”, disse Florine Biais, funcionária da BHV e representante do sindicato, à Reuters durante o protesto.
Questionada sobre os pagamentos atrasados, a SGM disse que o problema foi causado por uma mudança de sistemas de pagamento desde que adquiriu a BHV, em novembro de 2023, e que deve ser resolvido dentro de algumas semanas.
A SGM afirma que a Shein deve atrair compradores mais jovens e faz parte de seu plano de modernizar a BHV.
“Estamos convencidos de que essa parceria é benéfica para o grupo e funcionários”, disse a SGM em um comunicado enviado por e-mail nesta sexta-feira.
O porta-voz da Shein, Quentin Ruffat, disse que a iniciativa deve ajudar a aumentar o número de visitantes da BHV e beneficiaria outros varejistas.
Fundada na China em 2012, a Shein cresceu rapidamente e se tornou a maior varejista de fast-fashion do mundo. Ela tem sido criticada por políticos, reguladores e outros varejistas em todo o mundo devido às condições de trabalho em suas fábricas, às altas emissões de carbono e à falta de informações públicas sobre sua administração e finanças.
Atingida por multas de 191 milhões de euros (US$ 221 milhões), no total, dos órgãos reguladores franceses e italianos desde julho, a empresa tenta reforçar seus controles internos para cumprir melhor as regras e elevar sua reputação junto aos consumidores.
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