
O superávit comercial anual da China ultrapassou US$ 1 trilhão pela primeira vez, à medida que as exportações em novembro se recuperaram da forte queda do mês anterior, apesar de o comércio com os Estados Unidos continuar em declínio acentuado.
Nos primeiros 11 meses do ano, as exportações totais da China cresceram 5,4% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto as importações recuaram 0,6%, resultando em um superávit de US$ 1,07 trilhão, segundo dados oficiais divulgados nesta segunda-feira. O volume já supera o recorde de US$ 992 bilhões registrado no ano passado, de acordo com o Trade Data Monitor.
As remessas ao exterior em novembro avançaram 5,9% em dólares na comparação anual, impulsionadas pela demanda do Sudeste Asiático e da Europa. O resultado contrasta com a contração de 1,1% em outubro e superou a projeção de crescimento de 2,5% em pesquisa da Reuters.
As importações denominadas em dólares aumentaram 1,9%, abaixo dos 4% estimados pela pesquisa da Reuters.
“Os dados mensais são muito voláteis, com números excepcionalmente baixos em outubro e atipicamente altos em setembro”, disse Lu Ting, diretor-gerente e economista-chefe para a China no Nomura. “Oscilações isoladas não devem ser superanalisadas.”
As exportações para os EUA caíram 28%, oitava queda mensal consecutiva, superando o recuo de 25% em outubro. A baixa persistiu mesmo após os presidentes Xi Jinping e Donald Trump se reunirem na Coreia do Sul no fim de outubro e concordarem em prorrogar a trégua tarifária, que inclui redução de tarifas americanas sobre produtos chineses. Os dois líderes reafirmaram o entendimento em uma ligação telefônica em 24 de novembro, sinalizando interesse em estabilizar a relação bilateral.
Apesar das tensões com Washington ao longo do ano, as exportações seguem como importante motor da economia chinesa, em um momento em que o consumo das famílias permanece fraco devido à crise prolongada no setor imobiliário.
“No geral, o crescimento das exportações da China segue relativamente firme”, afirmou Lu. “Essa resiliência sustenta nossa projeção de avanço de cerca de 4% no próximo ano — uma leve desaceleração, mas ainda acima da média global.”
O economista acrescentou que o desempenho previsto para 2026 continuará apoiado pela forte capacidade industrial do país, embora possa perder ritmo diante do aumento de barreiras comerciais impostas não apenas pelos EUA, mas cada vez mais também pela Europa.
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