
O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse que é preciso “consertar” o Brasil para que ele deixe de “prejudicar” os americanos, mas também colocou o país em uma lista de negociações possíveis no horizonte.
“Temos um monte de países para consertar, como Suíça, Brasil, certo? Eles têm um problema. Índia [também]. Esses são países que precisam, realmente, reagir corretamente à América [Estados Unidos]. Abrir seus mercados, parar de tomar ações que prejudicam a América, e é por isso que estamos em desacordo com eles”, disse Lutnick em entrevista à emissora NewsNation no sábado, 27.
Ele citou como exemplo mais claro a Suíça que, diferentemente do Brasil, tem um superávit comercial de US$ 40 bilhões com os EUA, segundo Lutnick. No ano passado, o Brasil registrou déficit comercial superior a US$ 28 bilhões com os americanos e, ainda assim, entrou no alvo com o tarifaço de 50% aplicado pelo governo do presidente Donald Trump.
“Sabe por que eles [Suíça] são um pequeno país rico? Porque nos vendem US$ 40 bilhões a mais. Então, nós precisamos resolver isso, e eu acho que isso será resolvido, mas leva tempo. E esses países precisam entender que, se você quer vender para o consumidor americano, você precisa cooperar com o presidente dos Estados Unidos”, afirmou, acrescentando que “esses ainda estão por vir”. Lutnick havia sido questionado pela entrevistadora sobre novos acordo comerciais ou novidades no horizonte.
Lutnick disse que “ainda tem Taiwan, que é um grande, que está por vir”. “Eu acho que muito em breve, eu esperado realmente estar conversando com eles e resolvendo isso. Então, sobrou um monte de países, mas os grandes, talvez, [são] a Índia, como eu disse, Brasil, a Suíça, que é pequena, mas nós vamos resolver isso com o tempo”, afirmou, mencionando o Brasil uma segunda vez. “Esses estão em andamento”, acrescentou.
A declaração de Lutnick ocorre pouco dias após o encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Na ocasião, Trump discursou logo após a fala do petista, e os dois tiveram um pequeno contato, no qual se cumprimentaram e concordaram em conversar. Trump ainda complementou que houve uma boa “química” entre Lula e ele. O gesto foi visto por diplomatas e pelo mercado financeiro como uma possibilidade de abertura para negociar as tarifas impostas pelos EUA ao Brasil.
Trump argumenta que o aumento nas tarifas visa proteger a indústria americana e reduzir a entrada de produtos estrangeiros. Economistas e analistas, contudo, temem que o efeito na economia americana seja de aumento da inflação. Em outubro, penalizações que variam de 25% a 100% vão atingir setores como medicamentos, caminhões pesados, móveis e utensílios domésticos, e afetar países da Europa, Ásia e América Latina.
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