
Em mais uma tentativa de recuperar espaço perdido no ambiente digital, o PT iniciou nesta terça (14) um seminário que reúne lideranças do partido e representantes de plataformas como TikTok, Google/YouTube, Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) e Kwai, numa agenda voltada à formação digital da militância.
O seminário ocorre três meses depois do partido convocar militantes e influenciadores de esquerda para ajudarem em publicações a favor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e políticas do governo. A diferença de engajamento na comparação com os apoiadores da direita é notória — enquanto a primeira se consolidou numa comunicação orgânica e de alta performance, o PT ainda tenta encontrar um tom eficaz nas plataformas digitais.
“A renovação da comunicação e a modernização dos meios de dialogarmos com nossa base e a sociedade como um todo são compromissos de gestão do presidente Edinho Silva”, explicou o secretário nacional de Comunicação do partido, Éden Valadares.
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Edinho Silva assumiu a presidência do PT em agosto com um discurso de abertura do partido ao diálogo e mais ao centro, contra uma ala petista que pregava uma atuação mais radical à esquerda. Para Valadares, o seminário é um passo dentro de uma estratégia mais ampla que pretende redesenhar a comunicação do PT.
“As oficinas com as redes sociais são uma oportunidade de qualificação e treinamento da militância, mas também um passo dentro da estratégia do PTech que ainda terá outros momentos. […] A adoção de uma estratégia mais unificada com nossa base e lideranças”, afirmou.
Segundo levantamento da plataforma MonitoraBR, o deputado federal de direita Nikolas Ferreira (PL-MG) é o que tem maior engajamento em suas publicações, com 1,5 milhão de interações por post e 17 milhões de seguidores. Na esquerda, o recorde é de Erika Hilton (PSOL-SP), com 178,6 mil interações por post e 3,8 milhões de seguidores.
“A direita emerge como a força ideológica predominante, com 56% dos políticos mais influentes. O centro e a esquerda também marcam presença, mas com dinâmicas de engajamento distintas”, pontua o MonitoraBR.
A iniciativa surge em meio a uma contradição da atuação do próprio partido: enquanto o PT busca fortalecer a presença nas redes sociais e adotar estratégias semelhantes às da militância digital de direita, por outro lado segue defendendo publicamente a regulação das plataformas.
O avanço do PT para tentar se posicionar nas redes sociais também teve uma prévia em meados de julho, quando gastou R$ 189 mil para impulsionar vídeos da militância contra o Congresso. Na época, os parlamentares derrubaram o decreto que aumentaria as alíquotas do IOF.
Três vídeos produzidos por inteligência artificial foram impulsionados no Facebook e Instagram, segundo dados abertos de uma ferramenta da própria Meta, proprietária da plataforma.
Os vídeos apresentam referências como a “Taxação BBB”, de bilionários, bancos e bets; imposto aos “super-ricos” e “quem tem mais paga mais”. Este último foi a campanha que mais recebeu recursos para impulsionamento, custando R$ 90 mil ao PT.
As produções com o uso da inteligência artificial mostram personagens que fazem referência a Motta e aos demais parlamentares, como a cobrança de mais impostos da população em geral e menos dos mais ricos e da classe política.
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