
O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) assume a presidência nacional do partido nesta quinta-feira (27) com uma posição clara para 2026: não apoiará a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem qualquer candidatura da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A sigla deve passar por uma reformulação que dispensará uma candidatura própria ao Planalto para a próxima eleição com vistas a 2030.
Aécio foi eleito em chapa única pelo diretório nacional do PSDB e substituirá Marconi Perillo, que passará a comandar o Instituto Teotônio Vilela. O político admite a fragilidade tucana e lembra que a sigla, que já foi decisiva na política brasileira, chegou às últimas eleições gerais sem candidato à presidência e sofreu um encolhimento nas últimas eleições.
“Não apoiaremos candidatura da família Bolsonaro nem Lula em 2026”, afirmou em entrevista ao Estadão publicada nesta segunda (24).
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Aécio afirmou que o foco agora é recolocar o PSDB no centro do tabuleiro, defendendo que a legenda recupere voz e influência para “ganhar musculatura” e “voltar a falar grosso na política”.
“Nosso projeto é fazermos 30 deputados, voltarmos a ter relevância em estados onde perdemos muita força. Muitos acharam que íamos acabar. Ainda vão ter que nos aturar”, pontuou.
Ao comentar sobre eventual aproximação com Lula, Aécio foi categórico ao dizer que não existe essa possibilidade “por uma questão conceitual nossa, cultural”. “Nós temos uma divergência extremamente profunda com o PT, que conduziu a política brasileira, essa polarização, durante muito tempo”, afirmou reforçando que a origem do partido sempre foi a oposição ao petismo, embora isso não signifique alinhamento automático a aliados de Bolsonaro.
“A partir de 2026, independente do resultado, mesmo que Lula ganhe a eleição, já não é um agente para o futuro. Não é um protagonista para a construção futura. Então, a ausência dessas figuras que polarizaram a política brasileira na última década, no ativismo, já reabre, já alarga essa avenida do Centro. Nós temos que fazer com que o PSDB esteja pronto para ocupar o seu espaço nessa avenida”, completou.
Por outro lado, Aécio descartou qualquer aliança com candidatos da família Bolsonaro em 2026, deixando aberta apenas a hipótese de discutir uma candidatura de centro.
“Não há [possibilidade de aliança com candidatos da família Bolsonaro]. Aí pode até ser que o PSDB, quem sabe, nem que seja para marcar a posição, coloque nome na disputa. […] Da mesma forma que nós não estaremos com a candidatura do PT, com o Lula, nós não estaremos também com uma candidatura familiar [de Bolsonaro]”, completou.
Aécio Neves emendou afirmando que há um espaço na política brasileira para conquistar os votos de quem não se sente representado por Lula e nem por Bolsonaro, mas que acaba votando em um contra o outro. Para ele, o “Brasil real” é aquele que vota em candidatos do PSDB.
“O Brasil real, o Brasil que elegeu o Fernando Henrique, que apoiou todas aquelas reformas, o Brasil que quase me elegeu em 2014, não está representado por nenhum desses campos. O PSDB, com todos os seus problemas, tem um ativo político importante: Nós não sucumbimos, não nos curvamos nem às benesses e aos favores do governo do Bolsonaro e muito menos do governo do Lula”, finalizou.
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