Premiê da Groenlândia defende explorar terras raras sem ajuda da China | Mundo

Nielsen, que assumiu o cargo em abril, pediu a cooperação do Japão, além da União Europeia e dos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou a disposição de adquirir a Groenlândia, uma enorme ilha situada em grande parte dentro do Círculo Polar Ártico, afirmando que a competição pela hegemonia regional com a China e a Rússia se intensificará. Espera-se que o desenvolvimento de terras raras e outros minerais importantes prossiga no território, enquanto novas rotas de navegação serão criadas quando mais gelo do Ártico derreter, como resultado do aquecimento global.

Mas Nielsen enfatizou que a Groenlândia não está à venda. “Nunca estaremos à venda”, disse ele, rejeitando a visão de Trump de adquirir o território. “Temos o direito à autodeterminação.”

Ele, no entanto, mencionou a necessidade de boas relações com os Estados Unidos. Para aprofundar a cooperação no desenvolvimento de terras raras e outros projetos, ele pediu a Washington que negociasse com calma.

“A parceria ou cooperação deve ser conduzida com respeito” e deve ser mutuamente benéfica, afirmou.

Os países da União Europeia estão explorando matérias-primas na Groenlândia, e Nielsen espera laços mais fortes com eles.

“Precisamos da União Europeia, mas a União Europeia também precisa da Groenlândia”, disse ele.

A China estabeleceu uma posição superior no desenvolvimento de terras raras e outros minerais importantes, já que seus produtores mantêm vantagens financeiras e tecnológicas sobre os concorrentes. Mas Nielsen deixou claro que a Groenlândia não vê o país como um parceiro no desenvolvimento de recursos naturais e infraestrutura.

“A China não está em nossos planos”, disse ele. “Não temos nenhum pedido ou algo do tipo” vindo da China, e nenhuma empresa de lá “quer investir na Groenlândia agora”, disse ele. Ele também afirmou que a Groenlândia não tem a China em mente como um futuro parceiro. “Estamos trabalhando arduamente para construir parcerias com nossos aliados, com países que compartilham os mesmos ideais.”

A Dinamarca, membro da União Europeia, também não pode aceitar facilmente investimentos da China no território, pois prometeu reduzir a dependência da segunda maior economia do mundo na aquisição de terras raras e outros minerais importantes.

Segundo autoridades da União Europeia, a maioria dos minerais considerados importantes pela Comissão Europeia está enterrada na Groenlândia. Com a União Europeia já tendo começado a explorá-los, a Groenlândia está priorizando projetos conjuntos com países europeus e o Japão.

A Groenlândia está claramente em alerta em relação à agressiva expansão marítima da China.

Sob sua iniciativa “Rota da Seda Polar”, a China está promovendo o desenvolvimento e o uso de rotas de navegação no Ártico. A Rússia também está tentando aumentar sua influência na região. Nesse contexto, Trump demonstrou repetidamente interesse em adquirir a Groenlândia.

Os Estados Unidos já possuem uma base militar na Groenlândia. Embora a declaração de Trump sobre a aquisição do território tenha gerado um clima tenso nas relações, os Estados Unidos continuam sendo um parceiro importante para a Groenlândia.

O primeiro-ministro afirmou que a Groenlândia fortalecerá sua segurança em cooperação com a Dinamarca, os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Tanto a Dinamarca quanto os Estados Unidos são membros da Otan.