
chegou dezembro e, pela primeira vez em muito tempo, eu olho pra trás sem tentar romantizar nada. não foi um ano perfeito. não foi leve. não foi o que eu pedi. mas ele me trouxe algo que talvez eu nem soubesse que precisava: resistência.
não aquela resistência heroica, cinematográfica, cheia de frases prontas. não. foi uma resistência silenciosa. cotidiana. às vezes feia. daquele tipo que ninguém vê, mas que mantém a gente de pé quando tudo parece desabar.
em muitos momentos, eu me senti no limite. cansado do mundo, cansado das cobranças, cansado de tentar equilibrar tudo com duas mãos que tremiam. mesmo assim, eu fui. mesmo assim, eu passo depois do outro. um dia de cada vez. não porque eu tinha força — mas porque eu tinha necessidade.
e isso, pra mim, já é vitória.
aprendi que não existe mapa pra vida. não existe fórmula. não existe atalho. existe o que a gente consegue fazer com os pedaços que sobram depois que tudo desmorona um pouco. existe a coragem de levantar quando ninguém está olhando. existe a fé quieta que sustenta a gente quando a lógica falha.
e mesmo que 2025 tenha sido duro, ele também me mostrou que eu sou mais resiliente do que acredito. que eu consigo me reconstruir enquanto ainda caio. que eu sou capaz de continuar, mesmo quando não tenho todas as respostas, principalmente nessas horas.
então, o que eu desejo pro próximo ano não é perfeição. nem uma virada mágica. desejo possibilidade. desejo dias um pouco mais leves, decisões um pouco mais claras, caminhos um pouco mais abertos. e, se nada disso vier… desejo força pra continuar tentando.
porque, no fim das contas, a verdade é simples: a gente não chega até aqui à toa. a gente sobrevive porque existe algo em nós que se recusa a desistir.
e é isso que eu levo comigo para o ano que vem: a certeza de que, por mais caótico que seja o mundo, existe um pedaço meu que sempre vai escolher continuar.
devagar. com fé. com verdade. no meu ritmo. e isso, por si só, já é recomeço.
@enricopieeroofc



