
O braço de gestão de ativos do J.P. Morgan está lançando seu primeiro fundo de mercado monetário tokenizado, construído sobre o Ethereum, juntando-se a uma lista crescente de instituições de Wall Street que avançam em direção às finanças baseadas em blockchain.
O banco com sede em Nova York lançou nesta segunda-feira (15) o My OnChain Net Yield Fund, ou MONY, um fundo privado apoiado pela plataforma de tokenização do J.P. Morgan, a Kinexys Digital Assets, segundo comunicado à imprensa. O MONY, aberto a investidores qualificados, permite que eles obtenham rendimento enquanto mantêm o token na blockchain.
O movimento ocorre no momento em que a maior instituição de Wall Street aprofunda sua atuação em tokenização, que envolve transformar ativos convencionais – ações, títulos ou empréstimos privados – em tokens baseados em blockchain que conferem propriedade fracionada. Muitas instituições financeiras vêm experimentando investimentos em blockchain há anos. Recentemente, essa atividade se intensificou após a aprovação do Genius Act nos EUA, que estabelece regras para stablecoins, outra categoria de dinheiro digital em rápido crescimento.
A tokenização tem sido apontada como uma forma de tornar os mercados financeiros mais rápidos, baratos e transparentes. Em teoria, fundos tokenizados poderiam oferecer liquidação quase instantânea e desintermediar infraestruturas legadas. No entanto, essa visão permanece em grande parte teórica.
O veículo tokenizado tem investimento mínimo de US$ 1 milhão, segundo o The Wall Street Journal, que foi o primeiro a noticiar o lançamento. O J.P. Morgan planeja aportar inicialmente US$ 100 milhões de capital próprio no fundo, de acordo com o WSJ, e depois abri-lo a investidores externos.
“A tokenização pode mudar fundamentalmente a velocidade e a eficiência das transações, adicionando novas capacidades a produtos tradicionais”, escreveu John Donohue, chefe de liquidez global da J.P. Morgan Asset Management.
O lançamento ocorre apesar do próprio banco ter escrito, em agosto, que o mercado de ativos do mundo real tokenizados – há muito apontado como a ponte das criptomoedas para as finanças tradicionais – ainda é pequeno, impulsionado em grande parte por empresas nativas do setor cripto, e não por incumbentes de Wall Street. Apesar de todo o entusiasmo, estrategistas liderados por Nikolaos Panigirtzoglou escreveram que a base total de ativos tokenizados permanece “bastante insignificante”.
Ainda assim, as empresas seguem experimentando. O HSBC anunciou no mês passado planos para começar a oferecer depósitos tokenizados a seus clientes corporativos. O Bank of New York e o Goldman Sachs anunciaram em julho uma colaboração para usar tecnologia blockchain na manutenção de registros de propriedade de fundos de mercado monetário.
A Fidelity entrou com um pedido para criar uma classe de cotas “on-chain” de seu fundo de mercado monetário de títulos do Tesouro neste ano, e outros grandes bancos – incluindo Deutsche Bank, Citigroup e Santander – também estão explorando como os ativos digitais podem tornar os pagamentos mais rápidos e eficientes. O fundo de liquidez digital da BlackRock, o BUIDL, continua dominante, com ativos que chegaram ao pico de US$ 2,9 bilhões.
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