
Um tiroteio na Praia de Bondi, uma das mais populares de Sydney, na Austrália, deixou 12 mortos, incluindo um dos atiradores – o segundo foi preso. Ao menos outras 29 pessoas, incluindo dois policiais, foram feridas e estão hospitalizadas, várias delas em estado grave. O ataque ocorreu por volta das 18h30 (4h30 no Brasil) deste domingo, no primeiro dia da festa judaica do Hanukkah, que estava sendo celebrado na praia e em um parque próximo, e autoridades australianas estão tratando o tiroteio como um ataque terrorista motivado por antissemitismo.
Imagens transmitidas nas redes sociais mostram o que parecem ser pelo menos dois agressores vestidos de preto, bem como cenas de pânico na praia, uma das mais turísticas da cidade, com pessoas fugindo e várias vítimas caídas no chão atendidas por paramédicos. A polícia ainda investiga a participação de uma terceira pessoa. Dispositivos explosivos improvisados também foram localizados em um automóvel estacionado perto do local do ataque, e foram removidos pela brigada antibombas. O carro pertence ou estava sendo usado por um dos dois atiradores, segundo o comissário da polícia do estado de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon. A identidade dos agressores ainda não foi divulgada.
Por meio de um comunicado divulgado nas redes sociais, a polícia do estado de New South Wales — onde fica Sydney — pediu à população que evite a área e aconselhou aqueles que estavam no local a procurarem abrigo, enquanto agentes e serviços de emergência eram enviados à área para avaliar a situação. “A polícia está no local e mais informações serão fornecidas assim que estiverem disponíveis”, afirmaram as autoridades. O serviço de ambulâncias informou que está atendendo pacientes no local e transportou cerca de seis pessoas para hospitais próximos, sem dar mais detalhes sobre o tipo de ferimentos atendidos.
Primeiro-ministro australiano fala em “perverso antissemitismo”
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, inicialmente publicou uma nota em que omitia o fato de o ataque ter ocorrido durante uma festa judaica; depois, em pronunciamento, afirmou que “este é um ataque direto aos judeus australianos em um dia de alegria, em uma celebração de fé”, e chamou o tiroteio de “um ato de perverso antissemitismo, terrorismo, que atingiu o coração de nosso país”, segundo o jornal Sydney Morning Herald. Antes de Albanese, o comissário Mal Lanyon já havia tratado o ataque como “terrorista” e o primeiro-ministro do estado de Nova Gales do Sul, Chris Minns, afirmou que se tratava de “ataque planejado para atingir a comunidade judaica de Sydney, no primeiro dia do Hanukkah” e que “é responsabilidade de todo australiano abraçar a comunidade judaica australiana”.
O governo australiano já havia sinalizado em janeiro que, desde o início da ofensiva israelense contra o Hamas na Faixa de Gaza, em resposta ao atentado de 7 de outubro de 2023, havia aumentado a violência contra a comunidade judaica na Austrália, que representa 0,4% de uma população de mais de 26 milhões de pessoas.
Autoridades israelenses denunciam crescimento do antissemitismo
O presidente de Israel, Isaac Herzog, condenou o ataque deste domingo e instou o governo da Austrália a combater o antissemitismo. “Neste exato momento, nossos irmãos e irmãs em Sydney, Austrália, foram atacados por terroristas vis em um ataque sangrento contra judeus que foram acender a primeira vela de Hanukkah na Praia de Bondi. Reiteramos nosso alerta mais uma vez ao governo australiano para que tome medidas e lute contra a enorme onda de antissemitismo que assola a sociedade australiana”, denunciou Herzog em um evento em sua residência em Jerusalém.
Na mesma linha, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, declarou-se “consternado” com o ataque e, por sua vez, relacionou-o ao aumento da incitação antissemita na Austrália. “Estes são os resultados da onda antissemita nas ruas durante os últimos dois anos, com apelos incitadores como ‘globalizar a Intifada’”, escreveu ele em um comunicado na rede social X, onde instou o governo australiano a “cair na real”. Saar acompanhou sua mensagem com uma fotografia, supostamente tirada no local dos fatos, onde se vê um homem segurando um talit, o manto de oração judaico, manchado de sangue.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse estar chocada com o ataque e enviou condolências às famílias das vítimas em uma publicação no X. “A Europa está unida à Austrália e à comunidade judaica em todo o mundo. Estamos unidos contra a violência, o antissemitismo e o ódio”.
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