
A associação de juristas Lexum defendeu, nesta terça (23), uma apuração rigorosa sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em favor do Banco Master. Segundo fatos revelados nesta semana, ele teria entrado em contato com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em meio à liquidação da instituição financeira suspeita de fraudes envolvendo ainda o Banco de Brasília (BRB).
Ainda segundo apurações recentes, a esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes, teve seu escritório de advocacia contratado por R$ 129 milhões para defender o banco junto a órgãos públicos como a Receita Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“Os fatos, tais quais noticiados, são graves, e, justamente por isso, exigem reflexão e tratamento rigorosamente republicanos, à luz da Constituição Federal, da Lei Orgânica da Magistratura e do Código de Ética da Magistratura Nacional. […] Em uma ordem constitucional fundada nesses pilares, a resposta institucional adequada a notícias dessa natureza não é o silêncio, tampouco o julgamento precipitado, mas a observância de procedimentos que assegurem apuração ampla, independente e isenta de qualquer constrangimento direto ou indireto”, afirmou o Lexum em nota.
15 Minutos: Como Moraes procurou o presidente do BC para interceder por Banco Master
Em uma nota divulgada também nesta terça (23), Moraes afirmou que contatou Galípolo para tratar sobre os efeitos da Lei Magnitsky, que foi aplicada a ele pelo governo dos Estados Unidos no final do mês de julho e revogada recentemente.
“Foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito”, afirmou.
O contato de Moraes com Galípolo, segundo apuração do jornal O Globo confirmada pela Gazeta do Povo, ocorreu em um momento em que o Banco Central já havia identificado indícios de irregularidades graves na instituição. As suspeitas levaram a Polícia Federal a abrir investigação e culminaram na prisão do controlador do banco, Daniel Vorcaro, e de outros seis executivos.
Na semana passada, antes da divulgação do episódio, Galípolo afirmou, em entrevista à imprensa, que estava pessoalmente à disposição do STF para prestar esclarecimentos sobre irregularidades identificadas no repasse de créditos do Master ao BRB.
Segundo a reportagem d’O Globo, Moraes teria feito três contatos por telefone e um pessoalmente com Galípolo. Moraes teria dito ao presidente do Banco Central que gostava de Vorcaro e que o Banco Master estaria sendo combatido por tomar o espaço de grandes bancos. O ministro do STF teria solicitado que o BC autorizasse a compra do Master pelo BRB, que estava em análise no Banco Central desde março.
Ao ser informado por Galípolo sobre a fraude de R$ 12,2 bilhões, Moraes teria reconhecido que o negócio não poderia ser aprovado se o esquema fosse comprovado, afirmou o jornal com base em depoimentos de seis fontes que preferiram não se identificar.
O contrato da mulher de Moraes previa representação jurídica do Banco Master no Banco Central, na Receita Federal, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica e no Congresso. O jornal O Globo afirmou que nenhuma dessas instituições recebeu documentos, petições ou pedidos de audiência do escritório dela em nome do Banco Master.
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