A nomeação de cinco superintendentes para a PortosRio, todos ligados ao ex-prefeito de Belford Roxo, Waguinho, expôs uma combinação explosiva de apadrinhamento político, suspeitas de corrupção e falta de qualificação técnica. Entre eles, está Denis Venâncio, ex-secretário de Esportes e candidato derrotado a vereador, que se tornou o símbolo dessa crise de credibilidade.

Denis Venâncio: sem currículo técnico e com Pix suspeito

Denis Venâncio foi nomeado para a Superintendência de Gestão Estratégica da PortosRio, mesmo sem cumprir os requisitos mínimos: o cargo exige 8 anos de experiência no setor portuário e 4 anos em funções de liderança.

Antes da indicação, Denis ocupava a Secretaria de Esportes de Belford Roxo e tentou, sem sucesso, se eleger vereador em 2024, quando usou o bordão “Foguete não tem ré”.

O problema não é apenas a falta de qualificação: Denis recebeu R$ 30 mil em 24 de dezembro de 2024 e mais R$ 20 mil em 27 de dezembro, totalizando R$ 50 mil em transferências suspeitas do Previde, esquema conhecido como “Farra do Pix”.

Outros indicados também sem requisitos legais

Além de Denis, outros quatro superintendentes indicados pelo grupo político de Waguinho também não cumprem os critérios técnicos da PortosRio:

• Aramis Júnior – nomeado para a Superintendência de Recursos Humanos. Foi alvo de busca e apreensão em 2024, acusado de compra de votos. Recebeu R$ 115 mil do Previde via Pix, também ligado à “Farra do Pix”.
• Paulo Ribeiro – advogado da prefeitura de Belford Roxo, indicado para a Superintendência de Planejamento.
• Pedro Macedo – ex-assessor jurídico municipal, nomeado para a Superintendência de Gestão.
• Fagner Dias – único com alguma experiência portuária (5 anos em empresa privada), mas ainda abaixo dos 8 anos exigidos por lei. Foi nomeado para a Superintendência de Engenharia.

Da Farra do Pix para cargos estratégicos

O escândalo da Farra do Pix desviou ao menos R$ 15 milhões do Previde, instituto de previdência de Belford Roxo. Recursos foram transferidos para aliados políticos, sem justificativa formal, em valores que variam de dezenas a centenas de milhares de reais.

O fato de dois dos novos superintendentes estarem diretamente ligados ao esquema levanta sérias dúvidas sobre o uso eleitoreiro e pessoal do dinheiro público e sobre a lisura da administração portuária.

Impactos para a PortosRio

As nomeações revelam uma prática perigosa: o uso de cargos estratégicos como moeda política, ignorando critérios de governança e mérito.

A PortosRio, responsável por operações cruciais para a economia do estado e do país, corre risco de ter sua gestão comprometida por dirigentes sem experiência técnica suficiente e com histórico de suspeitas.

De Belford Roxo para a PortosRio, o que se vê é a consolidação de um modelo de clientelismo político, onde a lealdade ao padrinho conta mais do que competência ou experiência.
O resultado é uma estatal estratégica entregue a indicados que carregam não só a marca da incompetência técnica, mas também a sombra da Farra do Pix.

O BelfordRoxo24h segue acompanhando de perto este escândalo. Em breve, vamos expor todos os 600 envolvidos com provas documentais.

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