O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAESP) e a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (CGPM), deflagraram nesta quarta-feira (14/08) uma operação que cumpriu 11 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão contra policiais militares acusados de cobrar propina de comerciantes em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Segundo a denúncia, os alvos da operação atuavam no 39º BPM e, entre 2021 e 2024, mantinham um esquema organizado de segurança privada ilegal. De acordo com o MPRJ, os PMs exigiam pagamentos semanais e mensais — apelidados de “merenda” — para prestar segurança armada a estabelecimentos, utilizando viaturas e armas da corporação durante o expediente oficial.
Funcionamento do esquema
As investigações apontam que o grupo agia com estrutura semelhante à de uma empresa clandestina, com divisão de funções, escala de rondas e até um SAC para atendimento dos comerciantes “padrinhos”. O objetivo era manter a clientela sob controle e ampliar a rede de arrecadação.
Entre os alvos da “proteção” irregular estavam restaurantes, mercados, postos de gasolina, farmácias, clínicas, universidades, funerárias, serviços de mototáxi, transporte alternativo, feiras livres, festas populares e até um posto do Detran em Belford Roxo.
Áudios interceptados pelo MPRJ revelam ameaças veladas e linguagem de intimidação. Em um deles, um dos policiais diz: “Tranquilo, padrinho… é sem opressão… pior que milícia. Se não quiser dar os 100, vai dar mrda.”*
Policiais denunciados
Foram denunciados:
- Marcelo Ferreira Chagas da Silva – soldado, 39º BPM;
- Jaime Cândido de Jesus Vicente – soldado, BPTur;
- Rodrigo Alves dos Santos Viana – 3º sargento, 39º BPM;
- Ivaney José Dias Gama – cabo, 15º BPM;
- Rodrigo Vasconcellos de Oliveira – 3º sargento, 39º BPM;
- Pablo Felix Regis – 2º sargento, 39º BPM;
- Ubiratan Matos Ferreira – 3º sargento, 39º BPM;
- André Luiz de Oliveira Monsores – cabo, 12º BPM;
- Rafael da Silva Santos (“Sapo”) – cabo, 20º BPM;
- Rafael da Fonseca Carvalho – cabo, cedido à Prefeitura de Belford Roxo;
- Felipe de Paula Lameira da Silva – cabo, 39º BPM (foragido).
Todos responderão por organização criminosa, corrupção passiva e peculato. Processos administrativos internos também foram instaurados.
Nota da Polícia Militar
Em comunicado, a PMERJ afirmou que não compactua com desvios de conduta e destacou que o Plano de Integridade, implantado em 2023, visa combater fraudes e fortalecer a ética na corporação.
A operação teve como base provas reunidas pelo MPRJ ao longo de três anos, incluindo depoimentos, interceptações telefônicas e vigilância.
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