
Os juros futuros fecharam o pregão desta quinta-feira (11) em queda nos vértices intermediários e longos da curva a termo, ao passo que as taxas de curto prazo cederam em ritmo modesto mesmo diante de um comunicado conservador na decisão de ontem do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na ausência de ruídos do noticiário político, o mercado encontrou espaço para devolver uma parte do estresse acumulado na última semana, em um movimento apoiado na queda de mais de 1% do dólar e no recuo das taxas dos Treasuries americanos.
Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento para janeiro de 2027 foi de 13,755%, do ajuste anterior, para 13,735%; a do DI de janeiro de 2029 cedeu de 13,26% a 13,14% e a do DI de janeiro de 2031 recou de 13,53% para 13,415%.
Nos Estados Unidos, a taxa da T-note de dois anos recuava de 3,553% a 3,538% no fim da tarde, após tocar a mínima intradiária de 3,507%. Com isso, a curva de Treasuries volta a fechar um dia depois de o Federal Reserve (Fed) cortar os juros em 0,25 ponto percentual, à faixa de 3,50% a 3,75%, na esteira de dados mais fracos do mercado de trabalho americano.
“Lá fora [a curva] fechou bem ontem e continuou fechando”, destaca um operador, que também cita a postura “levemente hawk” do Copom, o que ajuda na retirada de prêmios de risco da curva a termo, e a forte apreciação do real sobre o dólar, o que apoia um quadro de inflação menos pressionada.
Ainda que a reação do mercado ao comunicado duro do Copom tenha sido bastante amena hoje, os investidores ajustaram levemente as suas expectativas para a reunião de janeiro do colegiado, diante da ausência de sinalizações mais claras sobre a possibilidade de um corte de juros no mês que vem.
Hoje, o mercado precifica cerca de 15 pontos-base (ou 0,15 ponto percentual) de corte da Selic no mês que vem. Na prática, isso significa que os investidores não têm confiança sequer em uma redução tímida de 0,25 ponto percentual dos juros, movimento considerado mínimo para a política monetária no Brasil.
Já no mercado de opções, a chance de que a Selic seja mantida em 15% sobe de 50% para 56%, depois de ter atingido 62% mais cedo. A probabilidade precificada pelo mercado de que a Selic seja cortada em 0,25 ponto caiu de 34,5% a 32%, ao passo em que um corte mais agressivo de 0,5 ponto só tem 7,5% de chance de se confirmar, na visão dos investidores.
Mas, mesmo com o Copom conservador, o pregão de hoje foi bastante positivo à medida que o mercado “lentamente muda o foco de volta para os fundamentos, ao invés da política”, avalia um operador de renda fixa de um importante banco. “À medida que a inflação diminui e a taxa Selic permanece estável, os juros reais tornam-se cada vez mais restritivos. Esse argumento será usado em breve para justificar cortes no próximo ano. Por esse motivo, apesar do discurso duro [do BC], a curva está precificando um ciclo de cortes mais profundo.”
Ele destaca, ainda, o leilão “mínimo” de títulos prefixados do Tesouro Nacional hoje, que vendeu apenas 3,9 milhões de papéis. Postura similar foi observada na terça-feira, quando a entidade ofertou somente 150 mil NTN-B (títulos atrelados ao IPCA). “Se a dinâmica [do mercado] não melhorar significativamente, presumo que não teremos leilões importantes na próxima semana”, projeta este operador.
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