
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira (2), que respeita a opinião de seus enteados, filhos de Jair Bolsonaro, mas pensa diferente e tem “o direito de expressar” seus pensamentos “com liberdade e sinceridade”. Michelle entrou em atrito com a cúpula do PL e os três filhos mais velhos de Bolsonaro, Flávio, Eduardo e Carlos, por ter criticado publicamente a aliança do partido com Ciro Gomes (PSDB) no Ceará.
Flávio, Eduardo e Carlos acusaram a madrasta de ser “autoritária”, de “atropelar” o pai ao comentar as articulações e “constranger” o deputado André Fernandes (PL-CE), que é o presidente da sigla no Ceará e costura as alianças no estado. O PL fará uma reunião nesta tarde para pedir “cautela” em comentários sobre arranjos estaduais.
Michelle se manifestou sobre o episódio em um post nas redes sociais durante a madrugada. “Vivemos tempos difíceis”, escreveu. “É normal que os nervos fiquem à flor da pele e podemos vir a machucar aqueles a que jamais gostaríamos de magoar”, afirmou, acrescentando que antes de ser “uma líder política”, é mulher, mãe e esposa e se tiver que escolher entre as suas funções – política e família – decidirá pela segunda opção.
“Eu jamais poderia concordar em ceder o meu apoio à candidatura de um homem que tanto mal causou ao meu marido e à minha família. Como apoiar (ou deixar de, caridosamente, amoestar quem apoia) um homem que foi responsável por implantar a narrativa que rotulou o meu marido como genocida?”, escreveu, referindo-se a Ciro Gomes.
“Aqueles que defendem essa aliança são livres para continuar com ela, mas não deveriam me criticar por não aceitá-la. Eu tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair (ele não me falou se é).”
Michelle também disse que não teve a intenção de contrariar seus enteados e que assim como eles quer apenas o melhor para Jair Bolsonaro. Na sequência do post, Michelle publicou vários trechos de entrevistas em que Ciro Gomes se manifesta contra o ex-presidente.
A ex-primeira-dama se pronunciou contra a aliança do PL com Ciro durante discurso em evento de lançamento da pré-candidatura ao governo do Ceará do senador Eduardo Girão (Novo), no último domingo. Ela classificou como “precipitada” a aliança com Ciro Gomes. Foi rebatida por André Fernandes, que afirmou ter tido o aval de Bolsonaro e de Valdemar para costurar a aliança.
Após o comentário, Flávio criticou a madrasta em entrevista ao portal Metrópoles. “A Michelle atropelou o próprio presidente Bolsonaro, que havia autorizado o movimento do deputado André Fernandes no Ceará. E a forma com que ela se dirigiu a ele, que talvez seja nossa maior liderança local, foi autoritária e constrangedora”, afirmou.
Ele foi endossado pelos irmãos Eduardo e Carlos, que também criticaram os comentários nas redes sociais. Eduardo classificou como “injusto e desrespeitoso” com André Fernandes o que ocorreu no evento. “Não vou entrar no mérito de ser um bom ou mau acordo, foi uma posição definida pelo meu pai. André não poderia ser criticado por obedecer o líder”, afirmou no X.
Carlos também afirmou, na rede social, que Flávio estava certo. “Temos que estar unidos e respeitando a liderança do meu pai, sem deixar nos levar por outras forças”, endossou o vereador.
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