Dívida pública cresce mais rapidamente nas economias avançadas, aponta FMI | Mundo

Conforme Georgieva, esses dois grupos devem ser os responsáveis por levar a dívida pública global até o patamar de 100% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial até 2029.

“O aumento da dívida eleva os pagamentos de juros, exerce pressão para cima nos custos de empréstimos, restringe outros gastos e reduz a capacidade dos governos de amortecer choques”, disse.

Ela também pontuou que, nos países de menor renda, os pagamentos do serviço de dívida estão corroendo o já limitado espaço fiscal disponível para gastos em prol das populações locais.

Hoje, ao comentar sobre as perspectivas para o cenário econômico global nos próximos meses, a diretora-gerente do FMI declarou que a economia mundial tem se mostrado “mais forte do que o esperado”, mas abaixo “do que precisamos”.

Segundo ela, essa “resiliência” da economia global se mostra por meio de quatro aspectos: esforços para melhorar políticas monetárias, adaptabilidade do setor privado, impacto das tarifas menor do que o esperado e condições financeiras favoráveis (enquanto durarem).

“Em resumo, o mundo evitou, até agora, uma escalada de retaliação que levaria a uma guerra comercial. Mas, mesmo assim, a abertura comercial sofreu um grande impacto”, disse Georgieva.

“Acordos comerciais com o Reino Unido, a União Europeia, o Japão e, em breve, com a Coreia do Sul, fizeram algumas tarifas caírem, enquanto disputas com o Brasil e a Índia fizeram outras aumentarem. As tarifas de outros países também provavelmente sofrerão alterações”, completou, citando ainda que o efeito total das tarifas ainda está por vir.

Ao ser questionada especificamente sobre a situação da América Latina, Georgieva menciona que a região tem performado economicamente “abaixo do esperado” por um longo período, mas que, ainda sim, tem se mostrado resiliente em um mundo de “choques atrás de choques”.