
O ex-juiz federal Marcelo Bretas, que comandou a Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, anunciou que pretende voltar ao cenário político como cabo eleitoral nas eleições de 2026. O ex-magistrado está inelegível por oito anos após ser condenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por suposta conduta irregular dos processos.
Bretas foi afastado da magistratura em junho, punido com a aposentadoria compulsória por três processos administrativos disciplinares.
“Há muitas formas de participar da política sem ser candidato. Não posso ser votado, mas posso conseguir muito voto. E vou me posicionar enfaticamente até a eleição”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (5).
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Entre os três processos administrativos, Bretas foi acusado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD-RJ), de prejudicá-lo na campanha para o governo estadual em 2018. Na ocasião, ele antecipou para o período eleitoral o depoimento de um ex-secretário municipal que acusava Paes de participar de um suposto esquema de propina e teria feito perguntas com teor de pré-julgamento.
Agora, Marcelo Bretas afirmou que pretende apoiar candidaturas conservadoras e de direita, mas que ainda não tem um favorito para o Planalto e o governo do Rio.
“Estou procurando candidatos conservadores e de direita”, citou.
O ex-magistrado também comentou sobre a foto em que apareceu de mãos dadas com o então governador Wilson Witzel, em 2019, durante um culto evangélico. Bretas afirma que, naquele momento, não se sabia de nada contra ele. Witzel, que viria a ser afastado do cargo após denúncias de corrupção, foi eleito com o apoio de Bolsonaro, movimento que também contou com a simpatia pública de Bretas.
“Olhando para o passado, obviamente foi um erro”, reconheceu.
Enquanto prepara a volta à cena pública, Bretas tenta consolidar uma nova fase profissional fora dos tribunais. Tem investido em palestras, consultorias e mentorias jurídicas, voltadas principalmente a advogados e estudantes de Direito.
“Estou fazendo consultorias e mentorias para advogados”, afirmou.
Para o relator dos processos disciplinares, José Rotodano, Bretas assumiu um “papel de acusador, usando o processo penal para se promover e buscar protagonismo, em vez de cumprir sua função de julgador”, disse o CNJ, em nota após o julgamento. As provas, disse, mostram um “conjunto de práticas de um autoritarismo estatal que subvertem a lógica do processo penal”.
O relator afirmou que o juiz adotou a imagem de defensor da sociedade para atrair a atenção da mídia e mostrar uma “indevida proximidade com detentores de poder em eventos públicos”.
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