
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a reforma tributária como um divisor de águas para a economia brasileira, destacando que o atual sistema de impostos é ineficiente. Segundo ele, a implementação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) deve destravar o crescimento do país. “O estudo mais modesto sobre reforma tributária mostra que o nosso PIB vai crescer 12% só por conta da reforma”, afirmou.
A estimativa sobre o crescimento do PIB já havia sido citada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, esclarecendo que a expansão se daria em 15 anos.
Haddad disse ainda que a relação entre o governo e o Banco Central é de diálogo aberto, mas reiterou que a responsabilidade pela política monetária é do BC e de sua diretoria. “Nossa conversa com o presidente do BC é muito franca, mas a responsabilidade de manter a inflação comportada é dele e da diretoria, que tem oito membros. A decisão final é deles”, disse Haddad em entrevista ao podcast “3 Irmãos”, neste sábado (27).
Segundo o ministro, a independência do Banco Central é uma realidade no Brasil há décadas, antes da lei que oficializou a autonomia da autarquia, em 2021. A mudança passou a garantir mandatos fixos para seus dirigentes e autonomia institucional, sem subordinação a ministérios.
“O Banco Central no Brasil é independente há muito tempo, desde antes da lei. Mesmo quando o presidente do BC não tinha mandato, a autonomia já era praticada”, afirmou. Ele destacou que, desde o Plano Real, o BC ganhou “força estratégica” para preservar o valor da moeda e garantir a estabilidade da economia.
Como exemplo desse histórico, Haddad citou que durante os primeiros dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, houve apenas um presidente no comando do Banco Central, Henrique Meirelles. “Ele não tem nada a ver com esquerda ou direita. No livro dele, conta que só recebeu um pedido do presidente Lula em oito anos, que ele negou. E ficou tudo bem”, relatou.
Sobre as críticas relacionadas à dívida pública, Haddad garantiu que ela já passa por constante monitoramento técnico. “A dívida pública é auditada todo dia. O Banco Central, o TCU, o Tesouro Nacional, equipes técnicas de carreria acompanham isso de forma rigorosa. Não é algo que está largado”, declarou.
O ministro também disse que o governo está atendo ao uso excessivo de pedidos de recuperação judicial por empresas. “Tem a questão da taxa de juros, que atrapalha muito você rolar a dívida junto aos bancos, e tem um ‘abusinho’ no uso da recuperação judicial em alguns setores que a gente está analisando com mais calma”, disse.
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