
O traficante uruguaio Sebastián Enrique Marset Cabrera, de 34 anos, que apareceu em vídeo ao lado de criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC) – um sinal de uma possível aliança – empunhando um fuzil e prometendo “guerra na fronteira”, é hoje um dos homens mais procurados do mundo. O governo dos Estados Unidos oferece recompensa de até US$ 2 milhões por informações que levem à sua captura.
Nascido em Montevidéu, em 1991, Marset tentou se projetar no futebol profissional antes de mergulhar no mundo do crime. Chegou a assinar contrato com o clube Deportivo Capiatá, do Paraguai, bem como atuou por outras equipes do futebol local. Quando entrou no crime, Marset ficou utilizando a estrutura esportiva e empresas de fachada para lavar dinheiro do tráfico.
De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, o uruguaio é acusado de comandar uma rede transnacional que movimentou toneladas de cocaína entre a América do Sul e a Europa.
No ano passado, Marset foi indiciado por lavagem de dinheiro em um tribunal federal da Virgínia, acusado de transferir milhões de dólares em lucros do narcotráfico por meio de bancos americanos. o indiciamento ocorreu no âmbito da Operação A Ultranza PY, considerada a maior investigação antidrogas da história do Paraguai. A operação, conduzida em parceria com a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e a Administração de Repressão às Drogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês), revelou que a organização de Marset estava ligada a mais de 16 toneladas de cocaína apreendidas na Europa, incluindo 11 toneladas no porto de Antuérpia, na Bélgica.
Segundo a organização InSight Crime, Marset lidera o chamado Primeiro Cartel Uruguaio (PCU) e mantém laços com o clã Insfrán, do Paraguai e com a máfia italiana ’Ndrangheta, investigada na Europa por seu papel central na distribuição de cocaína proveniente da América do Sul.
Conforme explica o InSight Crime, as ligações de Marset com o PCC remontam ao período em que ele esteve preso entre 2013 e 2018 na penitenciária de Libertad, no Uruguai, onde teria feito os primeiros contatos com integrantes da facção criminosa brasileira.
Em entrevista à rádio paraguaia ABC Cardinal, o chefe da Senad do Paraguai, Jalil Rachid, afirmou que a aproximação entre Marset e o PCC representa “um problema maior para toda a região”. Para ele, o uruguaio busca expandir seu negócio e “encontrou na estrutura do PCC um canal ideal para isso”.
Segundo o portal boliviano El Deber, antes de entrar de vez na mira das autoridades, Marset vivia em uma mansão de luxo em Santa Cruz, onde colecionava carros, armas e animais exóticos. Em julho de 2023, uma megaoperação da polícia boliviana cercou o imóvel, mas ele conseguiu escapar com a família. Desde então, segue foragido. No ano passado, as autoridades conseguiram capturar a namorada de Marset, Gianina García Troche, que neste momento cumpre pena em um centro de detenção no Paraguai sob acusação de integrar a organização criminosa de seu parceiro.
Nos Estados Unidos, a DEA incluiu Marset em sua lista de “Fugitivos Mais Procurados”, descrevendo-o como um criminoso que “ameaça usar violência para proteger seus negócios”.
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