
Após o presidente argentino, Javier Milei, ter nomeado neste sábado (22) o tenente-general Carlos Alberto Presti, atual chefe do Estado-Maior do Exército, como novo ministro da Defesa, diversos opositores políticos e organizações de direitos humanos no país afirmaram que a indicação representa um “retrocesso democrático”.
O ex-ministro da Defesa durante os governos de Cristina Fernández (2007-2015) e Alberto Fernández (2019-2023), Agustín Rossi, declarou em entrevista à Rádio 10 neste domingo que a nomeação de um militar para chefiar o ministério “é um enorme retrocesso para a democracia argentina e para as Forças Armadas”.
Ele ainda opinou que “as Forças Armadas estão se envolvendo com o destino do governo, quando deveriam ser protegidas de qualquer influência política”.
A nomeação de Presti torna o oficial o primeiro militar a chefiar o Ministério da Defesa desde o retorno da democracia em 1983.
Jorge Taiana, deputado peronista eleito pela província de Buenos Aires e também ex-ministro da Defesa, concordou com Rossi e afirmou em uma publicação nas redes sociais que o controle civil das Forças Armadas “é um consenso democrático de mais de 40 anos” e que nomear um militar para chefiar o ministério “implica o uso partidário” da instituição.
Ele também afirmou que o governo atual “falhou em implementar aumentos salariais e levou à falência o sistema de saúde militar”, deixando “famílias de militares desprotegidas. Mais uma vez, as Forças Armadas estão sendo usadas para dar continuidade às políticas de austeridade e endividamento”.
As críticas políticas foram corroboradas pelo grupo de direitos humanos HIJOS, que divulgou uma mensagem nas redes sociais no sábado afirmando: “Alberto Presti será o novo Ministro da Defesa. Esta é a primeira vez, desde o retorno da democracia, que este cargo será ocupado por um membro das Forças Armadas. Seu pai, Roque Carlos Presti, foi acusado de crimes contra a humanidade cometidos pelo regime terrorista de Estado”.
A Presidência da República anunciou a nomeação de Presti no sábado e enfatizou, em comunicado, que sua chegada visa promover “a profissionalização, modernização e despolitização” das Forças Armadas, em consonância com a estratégia de segurança e defesa promovida pelo Poder Executivo desde 2023.
Presti assumirá o cargo em 10 de dezembro, quando o atual ministro, Luis Petri, deixará o cargo para assumir sua cadeira no Parlamento.
A saída de Luis Petri foi anunciada juntamente com a de Patricia Bullrich, Ministra da Segurança Nacional, que foi eleita para o Senado em 10 de dezembro e será substituída pela atual Secretária de Segurança Nacional, Alejandra Monteoliva.
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