
Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira (20) para o Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado-geral da União, Jorge Messias deve começar a visitar gabinetes de senadores atrás de votos para sua aprovação, primeiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois no plenário do Senado. A primeira reunião será com a bancada evangélica.
O périplo de Messias será conduzido pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). O parlamentar é tido pelos pares como um articulador convincente e é a grande aposta do governo Lula para vencer a resistência de grande parte dos senadores que, capitaneados pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), defendiam a escolha do colega e ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga aberta pela aposentadoria de Luís Roberto Barroso.
Curiosamente, foi o líder do Republicanos no Senado, o bolsonarista Mecias de Jesus (RR), um dos primeiros a endossar a indicação de Messias para o STF, ainda em outubro. O parlamentar e o AGU são evangélicos ligados à Igreja Batista.
“Fui um dos primeiros a manifestar apoio ao nome de Jorge Messias, caso ele fosse indicado do governo para o STF, porque conheço sua trajetória e sua capacidade”, defendeu o senador.
Segundo ele, Messias chegou ao posto de advogado-geral da União por mérito, competência e sólida formação. “Nordestino, mestre e doutor em Desenvolvimento e Cooperação Internacional, já atuou como procurador do Banco Central e do BNDES, acumulando experiência que o credencia para qualquer missão de alta responsabilidade. Sua qualificação técnica supera debates ideológicos. Além disso, é alguém que preserva valores importantes à sociedade brasileira, como a defesa da família e dos princípios cristãos, dos quais comunga como evangélico. Por tudo isso, reafirmo meu apoio. Tenho convicção de que Jorge Messias reúne todos os requisitos para cumprir com retidão a missão no Supremo Tribunal Federal”, declarou Mecias de Jesus.
Apesar da manifestação do líder do Republicanos, a indicação de Messias não é uma unanimidade na bancada evangélica, segundo a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que confirmou o encontro na próxima semana.
“Desde o início eu tenho falado que ele não está sendo indicado porque ele é evangélico. Ele está sendo indicado porque é uma escolha especial e pessoal do presidente. Ele é amigo do governo, tem capacidade jurídica, preenche os requisitos e por isso está sendo escolhido. Ocorre que o indicado também é evangélico, mas isso não vai ser fator decisivo para ele conquistar voto”, afirmou a senadora. “Nós estamos sendo muito demandados, todo mundo ligando, achando que a bancada evangélica toda vai abraçar essa indicação”, acrescentou.
Apesar de não apoiar a escolha de Messias para o STF, Damares disse que adotaria a mesma postura se o indicado de Lula fosse Rodrigo Pacheco. Segundo ela, o maior desafio do governo é conquistar o apoio dentro da própria base.
“Eu acho que o Messias vai ter que conversar muito, talvez sobre algumas dúvidas que todo mundo tem. O governo tem voto suficiente para passar ele, então acho que a preocupação do Messias é com a base dele, não é nem com a gente. Nós da oposição votando ou não nele, o governo tem base suficiente”, declarou.
Nome de Messias precisa decantar, diz Wagner
Na missão de baixar a temperatura na base, Jaques Wagner confia na fidelidade do presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA). O primeiro desafio será segurar o ímpeto de parlamentares que defendem que a sabatina no colegiado ocorra o quanto antes para aproveitar o “sangue quente” entre os que esperavam a escolha de Rodrigo Pacheco. Já o governo não tem pressa e pretende adotar a estratégia de “deixar o nome de Messias decantar”, conversando com os parlamentares para diminuir a resistência do indicado de Lula.
Interlocutores do presidente da CCJ descartam, por ora, a sabatina nas próximas semanas. A indicação de Messias foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem, mas, segundo a Secretaria Geral da Mesa do Senado, ainda não chegou no Parlamento.
Após a chegada da mensagem, a decisão de despacho está nas mãos de Alcolumbre. Se for da vontade do presidente da Casa “acelerar” o escrutínio, o governo confia em Alencar para frear o ímpeto e conduzir os trabalhos com parcimônia.
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