
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta (6) que países do mundo têm “interesses egoístas” que superam os esforços que outras nações vêm fazendo para combater as mudanças climáticas no mundo, mas sem citar nenhum em particular.
A declaração ocorreu durante a abertura da Cúpula do Clima, um dos eventos preparatórios para a COP 30 que começa na próxima semana. Participaram mais de 50 líderes e chefes de Estado estrangeiros além dos presidentes do Legislativo brasileiro, como Hugo Motta (Republicanos-PB), da Câmara, e Davi Alcolumbre (União-AP), do Senado e do Congresso, e o atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.
“Em um cenário de insegurança e desconfiança mutua, interesses egoístas imediatos preponderam sobre o interesse comum de longo prazo”, afirmou Lula no discurso citando que o planeta caminha para ser 2,5 °C mais quente até 2100, com milhares de perdas humanas e encolhimento de 30% do PIB global.
Embora não tenha citado especificamente nenhum país sobre os “interesses egoístas”, Lula fez uma cronologia dos dez anos da adoção do Acordo de Paris, que definiu metas para a redução da temperatura do planeta. Alvo constante de críticas, os Estados Unidos deixaram o tratado após a posse de Donald Trump na presidência – o país não mandou nenhuma delegação oficial para participar do evento em Belém.
Lula sugere redirecionar receitas do petróleo para financiar agenda climática
Ainda no discurso de abertura da Cúpula do Clima, Lula pediu que os líderes participantes da COP 30 discutam caminhos para “de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”. A fala ocorre em meio a protestos de ambientalistas após o Ibama autorizar a Petrobras a estudar a exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, na altura do estado do Amapá.
“Foram necessárias 28 conferências para que se reconhecesse pela primeira vez, em Dubai, a necessidade de se afastar dos combustíveis fósseis e de parar e reverter o desmatamento. […] Acelerar a transição energética e proteger a natureza são as duas maneiras mais efetivas de conter o aquecimento global”, pontuou.
Lula ainda afirmou que “forças extremistas fabricam inverdades para obter ganhos eleitorais” e que “rivalidades estratégicas e conflitos armados desviam a atenção e drenam os recursos que deveriam ser canalizados para o enfrentamento do aquecimento global”.
Um pouco mais cedo, em um artigo publicado no jornal O Globo, Lula anunciou um repasse de R$ 5,3 bilhões ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), lançado durante a reunião e que pretende remunerar países que preservarem as florestas em pé. Ele ainda cobrou que “países ricos” também façam “anúncios ambiciosos” como o do Brasil para este fundo.
Lula chama esta edição da COP como a da “ação”, efetivando resoluções e promessas discutidas em reuniões anteriores. Ele ainda cobrou que todos os países apresentem NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada) “ambiciosas” e que as implementem “efetivamente”.
“A mudança do clima é resultado das mesmas dinâmicas que, ao longo de séculos, fraturaram nossas sociedades entre ricos e pobres e cindiram o mundo entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Será impossível contê-la sem superar as desigualdades dentro das nações e entre elas”, completou o presidente no discurso.
Ainda nesta quinta (6), Lula terá diversos encontros bilaterais com líderes estrangeiros, entre eles o príncipe William e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o presidente francês Emmanuel Macron.
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