
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o mapa do caminho (“roadmap”) para o fim da dependência dos combustíveis fósseis e disse acreditar que os negociadores brasileiros chegaram a um bom termo sobre a questão, respeitando a soberania de cada país. Esse vem sendo um dos principais temas negociados na agenda paralela da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).
“É por isso que nós colocamos a questão do mapa do caminho. É preciso que a gente diminua a emissão de gás de efeito estufa. E se o combustível fóssil é uma coisa que emite muitos gases, nós precisamos começar a pensar como viver sem combustível fóssil”, defendeu o presidente em uma declaração à imprensa, após cumprir agenda na COP durante esta quarta.
Lula lembrou que o Brasil produz e consome muito petróleo, mas ainda assim se sente à vontade para propor essa medida. “Eu falo isso muito à vontade, porque sou de um país que tem petróleo, que extrai 5 milhões de barris de petróleo por dia. Mas também sou de um país que mais utiliza etanol misturado na gasolina. Sou de um país que produz muito biodiesel. E o nosso biodiesel já contém 15% de biodiesel misturado. Sou de um país que tem 87% da sua energia elétrica limpa”, argumentou.
Ele falou que quer que todos os países tenham uma energia mais limpa. Para isso, cobrou a ajuda dos países mais desenvolvidos. “Os países pobres têm que ser ajudados pelos países ricos. Os países ricos podem ajudar a transição energética africana, a produção de biocombustível, a produção de energia eólica, solar, tudo está aí.”
Lula lembrou que não basta apenas dinheiro, mas também é necessário que haja transferência de tecnologia e de conhecimento para os países em desenvolvimento.
O presidente também cobrou que as empresas petroleiras e as mineradoras deem sua contribuição para ajudar no financiamento da transição energética. “As empresas petroleiras têm que pagar uma parte disso. As mineradoras têm que pagar uma parte disso. As pessoas que ganham muito dinheiro têm que pagar uma parte disso, porque senão quem vai sofrer é a parte mais pobre do planeta Terra”, frisou.
Ainda sobre a questão do financiamento climática, ele defendeu que os bancos multilaterais, que cobram, segundo Lula, “uma exorbitância de juros dos países africanos e dos países pobres da América Latina”, transformem parte dessa dívida em investimento para que os países pobres possam fazer a transição energética.
Ele cobrou, também, que os países riscos coloquem dinheiro para manter as florestas em pé, numa referência ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que tem esse objetivo de remunerar os países que possuem florestas tropicais.
Mesmo em meio às cobranças, o chefe do Executivo disse acreditar que os negociadores brasileiros conseguirão construir “o melhor” resultado até o fim desta COP, que acaba oficialmente na sexta-feira, se as negociações não forem estendidas para o fim de semana.
“Os meus negociadores irão fazer o melhor resultado que uma COP já pôde oferecer ao planeta Terra”, destacou Lula. Ele frisou que todas as negociações vão respeitar a soberania de cada país, incluindo os debates sobre o “roadmap” dos combustíveis fósseis.
“Nós respeitamos a soberania política, ideológica, territorial e cultural de cada país. Não queremos impor nada. Queremos apenas dizer: é possível construir juntos”, argumentou.
Ele terminou sua fala dizendo que está “tão feliz” e que “um dia” haverá de convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que a “questão climática é séria”. “Estou tão feliz que eu sonho um dia até acabar com a guerra da Rússia e da Ucrânia, que já não existe mais razão dessa guerra continuar”, finalizou.
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