
A CPFL Energia fechou o terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 1,37 bilhão, um avanço de 3,3% em relação ao mesmo período de 2024, resultado sustentado pelo desempenho das operações de distribuição e pela expansão da receita operacional bruta. Os números constam do balanço trimestral da companhia divulgado na noite desta quinta-feira (13).
A área de distribuição foi o grande destaque do balanço no trimestre: o lucro líquido do segmento disparou 51,8%, saindo de R$ 523 milhões no terceiro trimestre de 2024 para R$ 795 milhões no período atual.
- Confira os resultados e indicadores da CPFL Energia e das demais companhias de capital aberto no portal Valor Empresas 360
A receita líquida fechou o trimestre com R$ 11,3 bilhões, alta de 4,4%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), terminou com R$ 3,1 bilhões, praticamente estável na comparação anual.
O presidente da empresa, Gustavo Estrella, disse em entrevista ao Valor que o consumo no mercado de baixa tensão seguiu praticamente estável, com leve queda de 0,6%, e o mercado residencial com queda de 0,9%, impactado pelos efeitos da temperatura um pouco mais amena e a geração distribuída.
“Isolando esses dois efeitos, os dados mostram que o consumo per capita continua forte. A indústria teve um crescimento de 1% no acumulado dos últimos nove meses. Ainda vemos uma dificuldade de retomada de crescimento. Setores químico e de veículos são os que mais estão afetando o consumo”, afirma.
A empresa diz seguir a política de cortes, com mais de 700 mil cortes por trimestre, o que tem mantido a inadimplência em níveis controlados. As perdas de energia continuam acima das metas regulatórias, mas em tendência de queda.
O tema central continua sendo os cortes de geração de energia impostos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) por falta de demanda ou problemas em linhas de transmissão (“curtailment). No período, a empresa reportou 37% de impacto na geração. No geral, o lucro do segmento de geração caiu 12,9% no comparativo entre trimestres.
A Medida Provisória 1.304, aprovada no congresso e que aguarda sanção presidencial, traz uma perspectiva melhor para o executivo, já que prevê ressarcimentos das empresas que tiveram perdas de receitas.
“Mas temos uma expectativa mais positiva com a MP 1.304, que endereça o tema. Ter uma solução era um tema urgente, que estava trazendo um risco sistêmico para o setor elétrico”, diz Estrella.
A companhia segue fortalecendo sua estrutura de capital com captações recentes de R$ 4 bilhões em operações de longo prazo, entre elas um mútuo de R$ 3 bilhões com a State Grid. O indicador de alavancagem encerrou o trimestre em 2,19 vezes a dívida líquida/Ebitda, dentro dos limites estabelecidos pelos “covenants” financeiros.
Os investimentos (Capex) somaram R$ 1,7 bilhão no trimestre, um crescimento de 19,2% em relação ao mesmo período de 2024. Do total, mais de 80% foram destinados à expansão, modernização e reforço das redes de distribuição.
Entre os destaques, a companhia foi uma das vencedoras do leilão de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao arrematar o lote 3. O projeto prevê investimento de R$ 1,1 bilhão e, segundo a empresa, há intenção de antecipar a execução das obras para também antecipar o início da Receita Anual Permitida (RAP).
“Com isso, voltamos a crescer no segmento de transmissão. É a volta da CPFL para os leilões. Já vínhamos sendo competitivos nos últimos leilões mantendo a disciplina financeira. Outros leilões vão ocorrer em 2026 e a expectativa é que a gente siga crescendo. Tem o leilão de baterias que vamos olhar também”, afirma.
📢 Belford Roxo 24h – Aqui a informação nunca para
📞 WhatsApp da Redação: (21) 97915-5787
🔗 Canal no WhatsApp: Entrar no canal
🌐 Mais notícias: belfordroxo24h.com



