
A primeira-dama Janja da Silva permaneceu em Roma após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retornar ao Brasil depois de participar da abertura do Fórum Mundial da Alimentação, na última segunda (13). Desde então, Janja tem discursado e participado de discussões sobre a alimentação ao lado de líderes e representantes de outros países, inclusive contando com mais um encontro com o Papa Leão XIV.
A permanência de Janja em Roma ocorreu dias depois de Lula editar um decreto ampliando o apoio a ela do Gabinete Pessoal da Presidência da República. A primeira-dama não ocupa um cargo público específico, mas conta com uma estrutura oficial que passou a ser permitida com o documento – que entrou na mira da oposição ao governo no Congresso.
Embora não tenha sido informado o tamanho da comitiva em Roma, Janja conta com um fotógrafo e assessores que vêm atualizando suas redes sociais durante a viagem. Pelo menos uma postagem por dia tem sido publicada com fotos e textos.
“A convite da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), sigo em Roma para participar de uma série de agendas durante o Fórum Mundial da Alimentação”, postou Janja logo após o retorno de Lula ao Brasil.
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Janja tem se apresentado no evento como promotora da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, articulada por Lula neste terceiro mandato, e Embaixadora da Alimentação Escolar no Brasil. Nesta quinta (16), ela teve um novo encontro com o Papa, após ter se reunido com Lula na última segunda (13).
“O combate à fome é a principal missão de vida do presidente Lula e, ao seu lado, tenho trabalhado para que todos os brasileiros e brasileiras tenham acesso a três refeições dignas diariamente”, postou em uma rede social com uma foto que a mostra cumprimentando Leão XIV.
Em outra postagem, Janja discursa em um painel do Fórum Mundial da Alimentação junto do diretor-geral da FAO, QU Dongyu, do Ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Han Jun, e de especialistas no combate à fome. Ela participou, ainda, de agendas que abordaram temas relacionados à participação das mulheres e dos jovens na criação e adaptação de sistemas alimentares, empoderamento de produtores rurais e pequenas empresas contra choques climáticos e também sobre escala de resposta climática através de sistemas agroalimentares.
A presença de Janja em Roma como representante da presidência da República foi confirmada por Lula durante um evento no Rio de Janeiro nesta quarta (15), em que fez anúncios de iniciativas do governo para o magistério em alusão ao Dia do Professor. Segundo o petista, Janja não estava presente por seguir na Itália representando-o no evento da FAO.
Desde o início deste terceiro mandato, Janja da Silva tem ganhado destaque por exercer funções políticas sem um cargo específico, o que gerou tensionamento com aliados e críticas da oposição. O aumento dos poderes a ela com o novo decreto de Lula levou parlamentares a apresentarem requerimentos para sustar os efeitos da decisão, afirmando que extrapola o poder regulamentar do Executivo e viola os princípios constitucionais de legalidade, moralidade e impessoalidade.
“Usurpação de competência legislativa e afronta à Constituição”, escreveu o deputado Luciano Zucco (PL-RS) em um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) protocolado no início desta semana.
Zucco emendou afirmando que “o Brasil vive uma crise fiscal, o povo está sufocado com impostos, e Lula responde criando cargos para a esposa. É um deboche com quem trabalha e paga imposto. O Congresso não pode se omitir diante desse absurdo”.
Logo ao final do primeiro ano deste terceiro mandato, Lula confirmou que deu carta branca para Janja atuar politicamente no governo, autorizando-a a, até mesmo, se reunir com o alto escalão do governo.
“Ela era uma agente política antes de eu a conhecer, continua sendo, por isso que eu falo que ‘você faça o que você quiser’, cada um de nós sabe as nossas tarefas, nossas missões. Ela não precisa de cargo para ser importante, para fazer o trabalho que ela quiser fazer, se quiser visitar alguém, um estado”, afirmou.
O presidente ainda ressaltou que a primeira-dama tem uma grande compreensão sobre a governança que ele faz do país, que às vezes “ela critica e fica aborrecida”, mas que o auxilia em decisões.
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