
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou nesta quinta-feira (20) as tarifas de 40% sobre carnes, café e outros produtos agrícolas do Brasil.
A medida ocorre seis dias depois do mandatário americano ter retirado para todos os países tarifas “recíprocas” também sobre certos produtos agrícolas, o que, no caso do Brasil, dizia respeito a uma sobretaxa de 10% imposta em abril.
Os 40% retirados hoje (que seguem vigentes para outros produtos) haviam sido aplicados em um decreto separado em julho, no qual Trump alegou que “políticas, práticas e ações recentes do governo do Brasil ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos” e citou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado.
No decreto desta quinta-feira, Trump mencionou a conversa por telefone que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 6 de outubro (os dois líderes se encontraram na Malásia semanas depois) e disse que “negociações [com o Brasil] estão em andamento”.
Porém, especialistas afirmam que a inflação dos alimentos é a principal preocupação de Trump ao retirar tarifas sobre produtos agrícolas do Brasil e de outros países, e o próprio presidente mencionou que a “demanda interna atual por determinados produtos” foi um dos fatores decisivos para a remoção de taxas recíprocas anunciada na sexta-feira passada (14).
“A Casa Branca de Trump removeu muitas tarifas sobre o Brasil, incluindo as da carne bovina. A declaração cita ‘progresso nas negociações’ com Lula, mas a inflação nos EUA — o preço dos bifes subiu 17% no último ano — certamente também teve um papel importante”, escreveu Brian Winter, editor-chefe da revista americana Americas Quarterly, em post no X.
Dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA, citados pelo The Wall Street Journal (WSJ), apontam que os preços médios do café subiram mais de 40% no país no período de 12 meses encerrado em setembro, enquanto os preços da carne moída e da banana aumentaram 11,5% e 8,6%, respectivamente, bem acima da taxa de inflação geral de cerca de 3%.
Entretanto, especialistas afirmam que, isoladamente, a retirada das tarifas sobre produtos agrícolas pode não levar esses itens de volta aos patamares de preço de um ano atrás, já que outros fatores pesam na alta dos valores que os varejistas têm praticado.
“Os preços do café estão significativamente mais altos do que a média histórica. O principal fator é que existem problemas na cadeia de suprimentos. Houve seca e condições climáticas adversas no Brasil e no Sudeste Asiático. Os estoques estão baixos”, disse Jacob Aiken-Phillips, vice-presidente de pesquisa de consumo do instituto Melius Research, à ABC News.
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