O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o objetivo do Drex, o projeto de infraestrutura tokenizada para o sistema financeiro, não é monitorar a população, mas facilitar transações financeiras. “Tem transparência, não tem controle, não é pra isso que ele serve”, disse Haddad em entrevista ao “Podcast 3 Irmãos” neste sábado (27). Como exemplo, citou que a medida pode aumentar a visibilidade sobre renúncias fiscais no país.
Questionado sobre a viabilidade de implementar o Drex em um prazo de até 2030, o ministro ressaltou que a implantação da moeda digital é uma agenda do Banco Central, não da Fazenda, e lembrou desafios recentes como o hackeamento do PIX, que exigiu ajustes no cronograma da autoridade monetária. A próxima fase do Drex terá entrega em 2026 focada em reconciliação de gravames, ainda sem o uso de tecnologia blockchain, que ficaria para o futuro.
Haddad também criticou os altos custos de transação no Brasil e voltou a falar sobre a necessidade de regular a concorrência de big techs: “Sempre tem alguém no caminho, sempre tem um pedágio. Agora mesmo nós mandamos uma lei para regular a concorrência das big techs, porque elas pedagiam tudo”, afirmou.
O ministro abordou ainda a soberania digital brasileira, ao argumentar a favor da instalação de data centers no Brasil para proteger dados sensíveis. “Mais de 60% dos dados estão sendo processados fora do Brasil” afirmou. Haddad destacou também que energia verde, terras raras e minerais críticos podem servir de base para parcerias com capital estrangeiro, público ou privado. “Isso fortalece a cadeia produtiva local”, completou.
De olho na atração de investimentos para a construção de data centers no país, o governo federal lançou neste mês o Redata, programa que oferece incentivos fiscais para estimular a instalação de centros de dados no país vinculados à sustentabilidade. O governo federal projeta atrair até R$ 2 trilhões em investimentos privados para o setor ao longo dos próximos 10 anos.
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