
Uma das mais prestigiadas instituições de ensino superior da América Latina, a USP realiza nesta quinta-feira (27) a eleição para escolha do próximo reitor. A votação online será feita por uma assembleia universitária, com cerca de 2.000 eleitores.
Essa assembleia é responsável por indicar a lista tríplice, com a ordem das chapas mais votadas. A decisão final cabe ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem a prerrogativa de escolher qualquer um dos candidatos da lista.
Tradicionalmente, o mais votado pela comunidade universitária da USP é o escolhido, mas já houve casos, como em 2009, quando o então governador José Serra indicou o segundo colocado, João Grandino Rodas.
Os três candidatos são: Aluísio Segurado, da Faculdade de Medicina da capital paulista; Ana Lúcia Duarte Lanna, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; e Marcílio Alves, da Escola Politécnica.
Com 4.969 votos, Segurado foi o mais votado na consulta feita a docentes, alunos e funcionários no último 18. Ele foi seguido por Ana Lanna (4.062) e Marcílio Alves (1.967).
A consulta à comunidade acadêmica tem apenas caráter indicativo. Cabe à assembleia universitária indicar a lista tríplice ao governador.
A assembleia é formada por integrantes do Conselho Universitário, além dos Conselhos Centrais, Congregações das unidades e os Conselhos Deliberativos dos museus e institutos especializados. A maioria é de docentes titulares, mas também representantes de funcionários e estudantes.
O escolhido ou escolhida assumirá em janeiro de 2026 e deve ficar no cargo até o fim de 2030.
Pela primeira vez, todas as chapas inscritas, três, contam com mulheres. Nenhum dos candidatos, porém, vem de fora da atual administração de Carlos Gilberto Carlotti Júnior, sinalizando continuidade.
O principal ponto em comum entre os postulantes à reitoria é a preocupação com a preservação do orçamento da USP diante da reforma tributária.
Atualmente, as universidades paulistas recebem 9,6% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) arrecadado pelo estado, dos quais 5% são destinados apenas à Universidade de São Paulo. Só em 2025, isso representou R$ 8,1 bilhões.
Com a reforma, o ICMS será progressivamente substituído pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) a partir de 2026, não havendo garantia de que o percentual e o montante dos repasses serão mantidos às instituições de ensino. Negociações estão em andamento.
A preservação dos recursos é vista como essencial em uma instituição que, em 2023, enfrentou greve prolongada por falta de professores -800 deixaram seus cargos em dez anos sem reposição. Ao mesmo tempo, cresceu o investimento em políticas de inclusão e pertencimento, como a criação de uma pró-reitoria específica e o aumento do orçamento para permanência estudantil, que chegou a R$ 207 milhões em 2025.
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