
Uma reportagem publicada nesta quinta-feira (16) pelo jornal Miami Herald revelou que altos dirigentes do regime chavista tentaram convencer os Estados Unidos a aceitar uma transição política na Venezuela sem o ditador Nicolás Maduro.
Segundo o periódico, a proposta teria partido da vice-presidente do regime, Delcy Rodríguez, e de seu irmão Jorge Rodríguez, aliado do regime e atual presidente da Assembleia Nacional. A oferta teria contado com o aval de Maduro e foi apresentada aos americanos por intermediários no Catar.
De acordo com fontes citadas pelo Herald, os irmãos Rodríguez teriam encaminhado duas ofertas formais ao governo dos Estados Unidos neste ano, uma em abril e outra em setembro. As negociações, mediadas por representantes do governo do Catar, propunham a formação de um governo provisório que seria liderado por Delcy Rodríguez, preservando a estrutura política chavista, mas sem a presença de Maduro no poder.
A primeira proposta, segundo a publicação, previa que o ditador deixaria a liderança da Venezuela em troca de garantias de segurança para permanecer no país sul-americano. Em contrapartida, o “novo governo”, liderado de forma interina por Delcy Rodríguez, abriria o setor de petróleo e mineração a companhias americanas e encerraria parcerias com aliados tradicionais de Caracas, como Rússia, China e Irã.
A segunda proposta, apresentada em setembro, ia além. Segundo o Miami Herald, o plano previa a criação de um governo de transição também liderado por Delcy Rodríguez e pelo general aposentado Miguel Rodríguez Torres, ex-ministro do Interior e antigo aliado do falecido ditador Hugo Chávez. Maduro, por sua vez, buscaria, neste cenário, exílio no Catar ou na Turquia, recebendo garantias de segurança pessoal. Rodríguez Torres, atualmente exilado na Espanha, seria o responsável por articular apoio entre setores militares e chavistas dissidentes, embora seu histórico de repressão e denúncias de tortura durante sua gestão na inteligência chavista representasse um obstáculo para os Estados Unidos.
O jornal destaca que os contatos ocorreram por meio do enviado especial dos Estados Unidos, Richard Grenell, que já se reuniu com Maduro em janeiro, no Palácio de Miraflores, sede do regime. O diplomata, que intermediou a libertação de cidadãos americanos presos pelo regime, não comentou o caso. O Miami Herald também informou que o Departamento de Estado não respondeu às perguntas sobre as negociações.
A reportagem cita que, dentro do governo do presidente Donald Trump, as ofertas foram vistas como parte de uma tentativa de promover um “madurismo sem Maduro”, apelidado informalmente de “Cartel Lite”, uma versão mais branda do chavismo que permitiria uma transição controlada sem romper o sistema de poder. No entanto, segundo as fontes citadas, a Casa Branca descartou qualquer negociação com figuras ligadas ao narcotráfico ou sancionadas por violações de direitos humanos.
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