
O maior entrave atual para o setor produtivo do Centro-Oeste é a baixa capacidade das malhas rodoviária, hidroviária e ferroviária da região, segundo representantes de governos estaduais e entidades do setor, que cobrou atenção da Câmara dos Deputados e do Senado para legislações sobre o assunto. A questão da infraestrutura logística dos Estados do Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal, foi pivô nesta segunda-feira (29), em Cuiabá, de um dos debates da série “Logística no Brasil”, promovida pelo Valor, com oferecimento do Ministério dos Transportes e Infra S.A.. A série está percorrendo as cinco regiões do país para discutir essa questão estratégica.
Segundo os palestrantes, o Brasil não traz segurança jurídica para investidores. Paulo Afonso Rodrigues da Silva Lustosa, presidente da Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas (Fenatac), afirmou que parlamentares em Brasília não olham para a situação do setor. “É razoável que um médio produtor solicite pedido desmatamento de 100 hectares e leve dois anos e meio para aprovação? Não é. Empresas não conseguem resolver problemas de ordem operacional. É um gargalo institucional e burocrático, não temos segurança jurídica. O Congresso deve discutir com seriedade. O STF [Supremo Tribunal Federal] não julga nossos casos, leva anos para resolver”, criticou.
“O Congresso Nacional precisa olhar para o custo Brasil, e parar de olhar para problemas do [próprio] Congresso Nacional, com matérias ridículas. É preciso olhar para temas do povo”, prosseguiu Marcelo de Oliveira e Silva, secretário de Infraestrutura e Logística do Mato Grosso. Ele acrescentou que a atual gestão do Estado entregou várias rodovias pavimentadas — um total de 6 mil km de asfalto novo será entregue até o final de 2026.
Pedro Sales, presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), disse que o tema tem que entrar nas casas legislativas. “É preciso que comissões de infraestrutura da Câmara e do Senado pautem os temas, fazê-las enfrentar essas questões”, disse. Sales acrescentou que os investimentos estaduais saltaram de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,6 bilhões na malha rodoviária de Goiás, a partir de um amplo programa de construção, restauração e duplicação de corredores rodoviários estaduais.
Lilian Campos, superintendente de inteligência de mercado da Infra S.A., empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, disse que a região tem “uma capacidade produtiva de classe mundial, e uma infraestrutura logística que precisa estar adequada a essa capacidade”. Ela apontou que uma das inovações trazidas pelo governo federal é o Plano Nacional de Logística e que a Ferrogrão (corredor ferroviário que vai ligar o Centro-Oeste ao Porto de Miritituba, no Pará) é um projeto estratégico para o Brasil. O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê R$ 19 bilhões para melhorar a eficiência logística no Mato Grosso, acrescentou.
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