
O ministro do Turismo, Celso Sabino, decidiu permanecer no governo Luiz Inácio Lula da Silva, apesar da pressão do União Brasil e dos processos internos abertos contra ele — um de expulsão e outro para destituir a Executiva estadual do partido no Pará, que é comandada por ele.
Sabino resistiu a deixar o cargo nesta sexta-feira (3), data inicialmente prevista para sua saída, e cumpriu agenda oficial em Belém ao lado do presidente Lula, vistoriando obras da COP30. O ministro considera o evento uma vitrine política importante para impulsionar sua pré-candidatura ao Senado em 2026.
A movimentação de Sabino ocorre após semanas de indefinição. Desde 18 de setembro, quando a Executiva nacional do União determinou que todos os filiados deixassem os cargos na Esplanada em até 24 horas, o ministro vinha adiando a decisão. Ele chegou a redigir uma carta de renúncia, mas atendeu a um pedido do presidente Lula para permanecer até o fim da agenda em Belém.
Pressão interna e risco de expulsão
Na terça-feira (30), o União abriu um processo disciplinar de expulsão, sob relatoria do deputado Fábio Schiochet (SC), presidente da Comissão de Ética da Câmara. Sabino foi notificado e tinha até esta sexta-feira (3) para apresentar sua defesa prévia.
Schiochet afirmou que o parecer será apresentado na próxima quarta-feira (8) e que, caso o ministro não deixe o cargo até terça (7), a recomendação será pela expulsão. Se isso ocorrer, o presidente do União, Antonio Rueda, convocará uma reunião da Executiva para deliberar e selar a decisão.
Paralelamente, um segundo processo, que trata da destituição da Executiva do União no Pará, também foi aberto nesta semana. A relatoria é da senadora Professora Dorinha (TO), e o cronograma segue o mesmo do processo de expulsão.
Nos bastidores, dirigentes da sigla avaliam que Sabino tenta ganhar tempo com o objetivo de manter visibilidade no Pará até os grandes eventos do estado, como a COP30 e o Círio de Nazaré. A leitura é que sua permanência prolongada no governo enfraquece a autoridade da Executiva nacional e pode criar precedentes perigosos dentro do partido.
“O partido instaurou no dia 30 um processo disciplinar. Espero que ele tenha coerência e siga a orientação do partido”, afirmou Schiochet ao jornal O Globo.
Apesar de aliados confirmarem o processo de expulsão, o partido ainda não emitiu uma nota oficial sobre o caso.
Disputa no Pará e alinhamento com o Planalto
Pré-candidato ao Senado em 2026, Sabino tenta ocupar o espaço político que se abrirá no estado. O governador Helder Barbalho (MDB) é favorito a uma das vagas, e a segunda deve ser disputada entre o ministro e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Chicão (MDB).
Em público, Sabino tem reforçado o discurso de lealdade ao presidente Lula. Durante evento em Belém, na quinta-feira (2), ele agradeceu ao petista e enviou um recado indireto ao União:
“Presidente Lula, o que nós fizemos juntos no Turismo nunca será esquecido. Nada, nenhum partido político, nenhum cargo e nenhuma ambição pessoal vai me afastar desse povo que eu amo e do estado do Pará. Conte comigo, onde quer que eu esteja, para lhe apoiar, para segurar a sua mão”.
As declarações foram interpretadas por aliados de Antonio Rueda como sinal claro de alinhamento com o Planalto, em contraste com a resolução partidária que determinou o desembarque imediato do governo.
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