
Consolidado na pandemia de covid-19, o trabalho remoto tem sido um ponto de conflito evidente nas relações entre funcionários e patrões do setor bancário. Nos últimos tempos, diversas instituições financeiras têm exigido maior presença das equipes nos escritórios, apesar dos protestos daqueles que preferem continuar produzindo de casa.
O caso mais recente é o do Nubank, que na semana passada decidiu abandonar o esquema de uma semana presencial por trimestre. A partir de julho de 2026, os empregados terão que ir aos locais de trabalho duas vezes por semana e, partir de 2027, três vezes. Como noticiou o Valor, a nova diretriz causou revolta entre os funcionários do maior banco digital da América Latina. Em reunião do Zoom, os debates exaltados levaram à demissão de 12 funcionários. Outros dois foram demitidos por justa causa, mas por tentativa de sabotagem dos sistemas do Nubank, embora não esteja claro que há relação direta com a redução do home office. O banco não se pronunciou sobre o assunto.
No Itaú Unibanco, o grande número de funcionários esquema híbrido de trabalho (60%) culminou com a demissão de cerca de 1,1 mil deles em setembro. Nas redes sociais, trabalhadores questionaram os critérios do banco para justificar os desligamentos e falaram em falta de transparência no processo.
Apesar dos protestos, o maior banco privado do país alegou baixa produtividade e “quebra de confiança” durante o trabalho remoto para justificar as demissões. Alguns deles, segundo o CEO Milton Maluhy disse no final de outubro, estavam trabalhando em outros lugares ao mesmo tempo. O Itaú, porém, manteve o esquema híbrido de trabalho, com frequência no escritório de oito vezes ao mês
Em Wall Street, a situação não é diferente. Os gigantes bancários querem cada vez mais os funcionários nos escritórios. Um dos mais radicais tem sido Jamie Dimon, CEO do J.P. Morgan, o maior banco dos Estados Unidos. Em fevereiro, ele disse à equipe para não “perder tempo” se opondo à exigência de ir ao trabalho presencial com uma petição.
Após a declaração ter viralizado, Dimon disse posteriormente em uma entrevista “apoiar o totalmente o seu direito de não querer ir ao escritório todos os dias, mas você não vai dizer ao J.P. Morgan o que fazer”.
O argumento dos bancos – e de outras empresas – é basicamente o mesmo: que a troca de ideias presencialmente gera mais frutos para o trabalho. Em carta os funcionários, David Vélez, cofundador e CEO global do Nubank, apontou “custos invisíveis” do trabalho remoto, argumentando que “mais tempo presencial é requisito para a inovação”.
Do lado dos funcionários, muitos acreditam que conseguem produzir mais ao trabalhar de casa, economizando tempo e dinheiro que seriam gastos com o deslocamento até os escritórios. Muitos já estão tão adaptados a esta nova rotina que não querem mais se submeter ao trabalho presencial. É uma questão polêmica, que ainda deve dar muito pano para manga.
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