
O Brasil lançou neste sábado (15), durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), um Hub de Plataformas de País, com o objetivo de compartilhar conhecimento entre os governos nacionais sobre esse mecanismo que visa atrair investimento — público e privado — para projetos estratégicos da agenda verde. É um dos mecanismos previstos no relatório final do Círculo de Ministros de Finanças da COP.
“A comunidade de financiamento climático, juntando bancos multilaterais, fundos acadêmicos e principalmente o setor privado, acredita no conceito de Plataforma de País como o principal instrumento para dar escala aos investimentos climáticos”, afirmou ao Valor a embaixadora Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda. “É um legado que a presidência brasileira [da COP 30] deixa, dentro da agenda de aceleração”, completa.
As Plataformas de País (CP, na sigla em inglês) reúnem projetos que têm aderência à estratégia de cada nação para a descarbonização e para a transição para uma economia mais verde. O governo de cada país faz a intermediação desses projetos com investidores nacionais e estrangeiros. O objetivo é destravar os investimentos nessas iniciativas, que tendem a ser inovadoras, de grande escala e em setores em que é necessário mais apoio.
O Brasil lançou a sua plataforma no ano passado, no âmbito do G20, quando o país estava na presidência do grupo. Chamada de Plataforma de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica do Brasil (BIP), a plataforma conta atualmente com 16 projetos selecionados, divididos em três grandes setores (soluções baseadas na natureza e bioeconomia, energia e indústria e mobilidade), com potencial de atrair US$ 23 bilhões em investimento.
Os projetos são selecionados pelo secretariado da plataforma, que tem como anfitrião o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e apoio do Programa de Preparação do Fundo Verde para o Clima (GCF). A ideia da plataforma nasceu dos ministérios da Fazenda, Meio Ambiente, Minas e Energia e Indústria e Comércio.
Rosito explica que a plataforma do Brasil é considerada referência no mundo, porque as CPs criadas por outros países no passado, chamadas de primeira geração, eram mais voltadas à doação de recursos para os projetos. Porém, muitas vezes essas doações não eram concretizadas.
No caso da plataforma brasileira, o foco são os investimentos privados, com o governo e o BNDES atuando como facilitadores para destravar o aporte nas iniciativas. “Mas a ideia não é ser somente um mecanismo de matchmaking. A ideia é identificarmos também questões e gargalos para os quais podemos dar soluções de políticas públicas”, explica a secretária.
Por exemplo, o governo brasileiro identificou a necessidade de trazer os fundos de private equity para dentro da plataforma, porque há muito projetos inovadores que buscam explorar nichos de mercado pouco desenvolvidos.
Rosito afirma que a iniciativa ajuda a fortalecer o mercado de capitais brasileiro. “Então, é um instrumento de coordenação, de facilitação do Estado, mas que o objetivo é criar e fortalecer mercados”, frisa a embaixadora. “O Brasil está liderando um modelo de construção de ecossistema para o financiamento do desenvolvimento sustentável”, completa.
Já a ideia do hub surgiu como o objetivo de capacitar outros países que desejam construir a sua plataforma, principalmente os países em desenvolvimento do Sul Global, que são uma prioridade da presidência brasileira na COP30.
A coordenação ocorrerá por meio de redes ministeriais, como o Círculo de Ministros de Finanças da COP30, a Coalizão de Ministros da Fazenda para Ação Climática (CFMCA) e os ministros do Climate Vulnerable Forum–Vulnerable Twenty Group (CVF-V20).
O hub também terá um secretariado próprio, a ser estruturado ao longo de 2026. Um fundo de US$ 3,75 milhões apoiará as operações iniciais.
O lançamento de alto nível aconteceu neste sábado, durante a COP30, por meio de um anúncio conjunto de Brasil, Uganda, CVF-V20 e demais parceiros.
É mais uma agenda de aceleração proposta pelo Ministério da Fazenda no âmbito da COP30.
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