
Aliados do secretário licenciado de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), defenderam o que chamam de capacidade técnica dele para assumir a relatoria do projeto de lei (PL) antifacção. A indicação do deputado federal como relator desagradou o governo Lula e a esquerda, que apontam “contaminação” eleitoral do nome escolhido para cuidar da matéria.
“Ele está se propondo a fazer a discussão sem politizar, dialogando com esquerda e direita, para reunir os melhores argumentos técnicos na área de segurança pública e construir um texto de consenso, capaz de atacar esse problema que não é de um lado político ou de outro, mas de todos os brasileiros”, disse ao Valor o presidente estadual do PP em São Paulo, deputado federal Mauricio Neves.
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A escolha do relator pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), passou a sofrer intenso bombardeio do governo Lula e aliados nesta segunda-feira (10). Derrite é subordinado ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para disputar a Presidência da República em 2026 — hipótese que ele rechaça publicamente, dizendo ser candidato à reeleição.
Tarcísio autorizou o afastamento de Derrite da Pasta estadual para reassumir o mandato como deputado temporariamente e relatar o projeto. O secretário, que é pré-candidato ao Senado por São Paulo, tem a segurança como principal plataforma política. No fim de semana, o governador disse ao jornal Folha de S.Paulo que seu auxiliar é “um grande estudioso do tema” e fará “um trabalho técnico” como relator.
Segundo Neves, Derrite foi aconselhado pelo partido a dar “prioridade ao diálogo” na condução dos trabalhos, entendendo que “essa é uma preocupação de toda a sociedade” e que “construir um texto forte” interessa a todos.
“Não vejo pessoa mais capacitada do que ele para conduzir essa discussão. Tem todos os números na cabeça”, afirma o aliado, acrescentando que o relator tem demonstrado abertura para negociar pontos do projeto. “Acredito que ele tem tudo para concluir essa missão como alguém que não politizou esse assunto”, segue o dirigente.
Uma das iniciativas avaliadas positivamente nos bastidores foi rebatizar o projeto para Marco Legal de Combate ao Crime Organizado, o que foi considerado uma maneira de afastar o tema de influências eleitorais e ideológicas. Derrite declarou ter a intenção de dialogar “com todas as frentes” para elaborar “um texto robusto”.
A atuação do deputado como relator do projeto antifacção, que originalmente foi enviado ao Congresso pelo governo federal, é considerada uma “vitrine” para sua campanha em 2026. Embora o plano seja concorrer a senador, aliados não descartam lançar Derrite ao governo estadual, caso Tarcísio renuncie para disputar o Planalto.
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