EUA não enviarão autoridades de alto escalão para a COP30, diz Casa Branca | Mundo

Na próxima semana, o Brasil sediará uma cúpula de líderes de alto nível na próxima semana, antes do início da COP.

No início deste mês, os EUA ameaçaram impor restrições de visto e sanções em retaliação contra países que votassem a favor de um plano apresentado pela agência marítima da ONU, a Organização Marítima Internacional (OMI), para reduzir as emissões de gases de efeito estufa provenientes do transporte marítimo. Essas táticas levaram a maioria dos países na OMI a votar pelo adiamento, por um ano, da decisão sobre um preço global de carbono para o transporte marítimo internacional.

O funcionário da Casa Branca disse que o presidente americano, Donald Trump, já deixou clara a posição de seu governo em relação à ação climática multilateral em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, quando chamou as mudanças climáticas de “a maior farsa do mundo” e criticou os países por adotarem políticas climáticas que, segundo ele, “custaram fortunas às suas nações.”

“O presidente está se envolvendo diretamente com líderes ao redor do mundo em questões de energia, o que pode ser visto nos acordos comerciais e de paz históricos que têm um foco significativo em parcerias energéticas”, disse o funcionário da Casa Branca, sob condição de anonimato.

O governo Trump tem buscado acordos bilaterais de energia em suas negociações comerciais para impulsionar as exportações de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA para países como a Coreia do Sul e a União Europeia (UE).

O secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, disse que há “espaço para um grande comércio de energia entre a China e os Estados Unidos”, dada a necessidade da China por gás natural, enquanto as duas maiores economias do mundo negociam sobre tarifas.

Trump anunciou em seu primeiro dia no cargo que os EUA deixariam o Acordo de Paris sobre o clima, que tem dez anos de existência, com a saída efetiva prevista para janeiro de 2026, e o Departamento de Estado vem revisando o envolvimento dos EUA em acordos ambientais multilaterais.

No início deste ano, os EUA também pressionaram países que negociavam um tratado global para reduzir a poluição por plásticos a não apoiarem um acordo que estabelecesse limites à produção de plástico.

O funcionário da Casa Branca disse que “a maré está mudando” quanto à priorização das mudanças climáticas, ao apontar para um memorando divulgado nesta semana pelo bilionário e filantropo climático de longa data Bill Gates, que afirmou ser hora de mudar o foco das metas de temperatura global e que as mudanças climáticas “não levarão à extinção da humanidade”.