
O Brasil e a Malásia assinaram hoje acordo de cooperação na área de semicondutores, que coincide justamente com queixas da indústria automotiva no Brasil de falta de chips para fabricação de carros nas próximas semanas. O problema com a indústria automotiva é causado por turbulências envolvendo a China. Mas o acordo assinado hoje em Kuala Lumpur é uma ilustração da importância da tecnologia ainda mais no atual cenário geopolítico.
O acordo é para pesquisa e desenvolvimento conjunto, apoio ao abastecimento da cadeira de suprimentos da indústria do setor, entre outros objetivos. Mas os dois lados observam que tudo está sujeito à ‘disponibilidade de fundos’. Inicialmente, o entendimento é por dois anos.
A Malásia se tornou uma peça crucial na indústria global de fabricação de tecnologia. É uma das maiores fontes de semicondutores exportados para os Estados Unidos, faturando bilhões de dólares com venda de componentes usados em laptops, telefones, carros, brinquedos e dispositivos médicos.
A indústria de semicondutores está concentrada em Penang, um Estado no norte do país. Grandes empresas da Europa e dos Estados Unidos estão se instalando ou expandindo suas operações existentes, à medida que buscam construir novas cadeias de abastecimento globais para esses componentes vitais. Os semicondutores (microchips) são essenciais para a tecnologia moderna, com mais de 100 bilhões usados diariamente. Mas a cadeia de abastecimento é considerada arriscada porque uma empresa taiwanesa, a TSMC, fabrica os chips mais avançados.
A Malásia aproveita sua reputação no setor para demonstrar resiliência e confiabilidade para investidores em todo o mundo. E com o boom dos setores de inteligência artificial (IA) e automotivo de última geração, o momento é crítico. Com expectativas em alta, em 2024, o governo estabeleceu uma meta ambiciosa para preparar a Malásia para fabricar chips de alta tecnologia usados em inteligência artificial.
Um plano de dez anos, no valor de bilhões de dólares, visa transformar a Malásia de um país que monta e testa semicondutores em um país que projeta chips e possui fabricação de ponta, semelhante a Taiwan.
Mas esse plano pode ser prejudicado pela política comercial caótica de Trump. Primeiro, Trump impôs uma taxa de 24% sobre todas as exportações da Malásia para os Estados Unidos. Essas tarifas foram logo suspensas no caso dos chips, enquanto se aguarda uma investigação de segurança nacional dos EUA que deve ser concluida em dezembro.
Para a Malásia, qualquer remoção das isenções tarifárias sobre suas exportações de semicondutores pelos Estados Unidos poderá prejudicar sua competitividade e as cadeias de abastecimento.
Sem surpresa, negociações formais da Malásia com os EUA sobre o tarifaço devem ocorrer com a presença de Trump a partir de domingo em Kuala Lumpur e são consideradas cruciais, especialmente semicondutores.
Recente onda de resultados positivos divulgados pelas empresas do setor de semicondutores mostra um retorno ao forte crescimento do lucro líquido no setor, que constitui o maior exportador da Malásia. Uma empresa, Vitrox Corp Bhd, fabricante de equipamentos de teste automatizados, anunciou um aumento de mais de 50% em seus lucros. A forte demanda nos segmentos de inspeção automatizada de placas e sistemas de visão artificial impulsionou o crescimento da receita para um recorde histórico.
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