
A concessão do canal de acesso do Porto de Paranaguá (PR) deverá beneficiar todas as cargas que atuam na região, afirmou André Maragliano, presidente da FTS Participações e representante do consórcio vencedor da licitação, que tem a Deme como controladora.
O Consórcio Canal Galheta Dragagem, formado pela belga Deme e pela FTS Participações, venceu o leilão da concessão, realizado na tarde desta quarta-feira (22), na sede da B3, em São Paulo. O grupo ofereceu desconto de 12,63% sobre a tarifa cobrada dos terminais do porto — o deságio máximo permitido pelo edital. Adicionalmente, a empresa propôs pagar outorga de R$ 276 milhões.
“Para cada um metro [adicional] de calado, são 7 mil toneladas a mais que você pode embarcar. Então, com um calado maior, você consegue trazer navios com carregamento maior. Hoje, por conta da deficiência de calados, não só em Paranaguá, muitas vezes o navio vem com uma capacidade limitada, precisa fazer paradas. E cada parada é um custo a mais. Então, a questão do calado é vital para todos os tipos de carga”, afirmou o executivo, após a vitória na licitação.
Ele também afirmou que a concessão dá mais segurança sobre a manutenção da profundidade do canal, que, quando fica sob gestão pública, muitas vezes depende de processos mais demorados e burocráticos. No consórcio, a empresa de dragagem belga Deme, um dos maiores atores do setor mundialmente, terá 70% de participação, e a FTS, outros 30%.
“O papel [da Deme] é basicamente fazer a dragagem, é um papel técnico. E o da empresa brasileira é a gestão, a empresa conhece, tem ‘expertise’ local para poder fazer a gestão, fazer o trânsito institucional, e estar se relacionando com os parceiros do porto, que são os clientes, que são os operadores portuários e a própria autoridade portuária e a autoridade marítima”, disse Maragliano.
A FTS atua em Paranaguá há cerca de 40 anos. A empresa, que neste ano prevê um faturamento de R$ 600 milhões, começou operando fertilizantes, como Fortesolo. Hoje, o grupo tem diversos ativos na região e atua também no transporte de grãos e açúcar.
Atualmente, os projetos em curso da FTS somam em torno de R$ 2,5 bilhões de investimentos — parte deles já realizada. Entre eles, estão o Fortepar (área do PAR 32), terminal de carga geral e açúcar conquistado em leilão de 2022; o Terminal Oeste de Exportação (Toex), voltado a grãos; e o PAR 09, outro terminal de grãos em Paranaguá conquistado em 2023 — inicialmente o controlador do negócio era a Quadra Capital, mas a FTS, antes minoritária, comprou a totalidade das ações.
Questionado sobre o interesse em outros leilões, inclusive eventualmente em parceria com a Deme, Maragliano disse que, neste momento, o foco será Paranaguá.
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