“Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem, e quando vos excluírem, insultarem e rejeitarem vosso nome como mau por causa do Filho do Homem. Regozijai-vos e exultai naquele dia! Eis que a vossa recompensa será grande no céu.” (Lucas 6:22-23).

Estas são as palavras que Jesus pronunciou durante o Sermão na Planície. Elas também foram a leitura programada para a missa católica da última quarta-feira — o dia em que Charlie Kirk foi assassinado. A morte de Kirk revela muito sobre o estado da condição humana. Ela clama por ódio. Exige sanidade. Implora por um diálogo racional. E, mais enfaticamente, clama por um aumento da fé em Jesus Cristo.

Kirk defendia valores familiares, o casamento tradicional e a dignidade dos bebês em gestação. Sua lógica nos campi universitários e sua vitalidade no discurso o levaram à morte. O que Kirk pregava em suas tendas pelo país, em podcasts e programas de televisão por mais de uma década era que os estudantes universitários deveriam estar dispostos e aptos a falar livremente, sem consequências para suas notas ou matrículas. Sua disposição para lutar pela liberdade de expressão e por conversas sãs para os estudantes terminou com sua morte.

Sua organização sem fins lucrativos, Turning Point USA, tem se dedicado a incentivar os estudantes universitários a falar corajosamente sobre lógica e verdade com seus professores desde sua fundação. A necessidade desse incentivo é evidente à luz de um estudo divulgado em agosto passado, que apontou que impressionantes 88% dos entrevistados responderam “sim” à pergunta: “Você já fingiu ter opiniões mais progressistas do que realmente endossa para ter sucesso social ou academicamente?”

Kirk estava convencido de que falar abertamente sobre questões difíceis como casamento, ideologia de gênero, aborto e religião era crucial para evitar que a esquerda e a direita demonizassem umas às outras. Ele certa vez observou que seu papel era falar sobre tópicos importantes de maneira vocal, porque quando paramos de fazer isso, “é quando acontece a guerra civil… porque perdemos de vista a humanidade” daqueles que têm opiniões opostas.

Aquilo que Kirk defendia era definitivamente político. Ele apoiava o presidente Donald Trump, e alguns argumentam que seus esforços nos estados do Arizona e Michigan literalmente garantiram a vitória de Trump. No entanto, ser republicano ou democrata deveria ser irrelevante neste caso. Kirk era malvisto por muitos porque se recusava a alterar seu discurso sobre a verdade. Ele falava de forma coerente e persuasiva sobre a necessidade de diálogo aberto, debate racional, fé vívida e lógica na educação e nas políticas.

Muitos esquecem que ele falava com frequência sobre a necessidade de os jovens americanos focarem em suas famílias acima de seus empregos. Ele abordava a natureza crônica dos pais ausentes, a necessidade de casamentos heroicos, a beleza de ter filhos e fazer de Cristo o centro da vida. Ao observar suas páginas nas redes sociais e ouvir as palavras de um pastor que o conhecia bem, parece que a fé era a coisa mais importante para Kirk.

Charlie admitiu: “A coisa mais importante na minha vida é o Evangelho de Jesus Cristo e tentar fazer com que as pessoas voltem a falar sobre sua fé abertamente e com franqueza”, disse ele. “Eu fico simplesmente chocado com o fato de algumas pessoas terem medo de compartilhar sua crença em Jesus Cristo, em Deus, na Bíblia e na verdade da Bíblia, e é por isso que sou cristão.”

Ele era incansável em sua adesão à fé. Seus amigos notaram que ele se recusava a usar o celular aos domingos para honrar o dia de descanso e dedicar seu coração completamente ao tempo de qualidade com a família, com menos distrações do trabalho. Ele buscava mostrar aos jovens nas universidades onde falava que havia mais na vida do que ser medíocre, misturar-se à multidão e viver para si mesmo.

Em uma conversa com o Deseret News no início deste mês, Kirk disse: “É aqui que você tem que tentar direcioná-los (jovens) para propósitos últimos, para voltar à igreja, à fé, ao casamento, a ter filhos. Esse é o tipo de conservadorismo que eu represento, e estou tentando pintar um quadro de virtude, de elevar as pessoas.”

Apesar do desejo de Kirk de elevar as pessoas, ele foi eliminado por falar contra a cultura. Na fé, sabemos que a vida de Kirk não terminou verdadeiramente. Em 6 de setembro, ele postou no X: “Jesus derrotou a morte para que você possa viver.”

Que sua confiança na bondade de Cristo e seu trabalho para levar outros à verdade lhe concedam a vida eterna que Jesus conquistou para nós ao sair triunfantemente daquele túmulo vazio. Para os cristãos, não há verdade maior que essa — vale a pena morrer por ela.

Tom Griffin é o chefe do departamento de religião de uma escola secundária católica em Long Island. Ele também é o fundador e editor-chefe de uma revista católica impressa e online chamada The Empty Tomb Project. Seu primeiro livro, sobre a vida e o poder de São Francisco para renovar a cultura, foi publicado em 2024.

©2025 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês: Live in Faith and Truth: The Charlie Kirk Legacy.