Os furtos de energia, conhecidos como “gatos”, são ligações clandestinas feitas para evitar o pagamento pelo consumo elétrico. Embora essa prática seja vista por muitos como algo banal, seu impacto é extremamente grave. Esses furtos afetam diretamente os consumidores da Light, que acabam pagando mais caro devido à diferença entre a energia fornecida e a efetivamente paga.
Nos 31 municípios atendidos pela Light, cerca de 35% dos clientes recorrem a “gatos” de energia, gerando um prejuízo anual de aproximadamente R$ 800 milhões. Além do impacto financeiro, os “gatos” sobrecarregam os transformadores, aumentam a ocorrência de curtos-circuitos, provocam interrupções no fornecimento e representam riscos de incêndios e explosões, especialmente em áreas controladas pelo crime organizado, onde o acesso é mais difícil.
“A questão dos furtos de energia só será resolvida com maior colaboração entre governos, iniciativa privada, sociedade civil e a Light. Quem não faz ‘gato’ acaba pagando a conta, sendo o principal prejudicado”, alerta Bruno Rodrigues, superintendente de Proteção da Receita da Light.
Os roubos não se limitam a áreas menos favorecidas. A prática também ocorre em condomínios de luxo, residências nobres e até em indústrias. Em 2023, por exemplo, um caso em um prédio de alto padrão no Leblon revelou uma dívida de R$ 30 mil em contas de energia não pagas. Em muitos casos, pessoas de alto poder aquisitivo utilizam tecnologias sofisticadas, como sensores e controles remotos, para fraudar e ocultar as irregularidades durante fiscalizações.
Apesar dos desafios, nos primeiros oito meses de 2024, a Light conseguiu regularizar quase 2.409 ligações clandestinas e normalizar 121.520 instalações irregulares, recuperando 148 gigawatts/hora (GWh) de energia – o suficiente para abastecer 61 mil residências por um ano.
A Light investe em tecnologias como inteligência artificial, blindagens e sensores na rede para monitorar o consumo e identificar fraudes. Além disso, a substituição de medidores analógicos por versões inteligentes tem ajudado a identificar desvios de energia com mais precisão.
Impactos dos Roubos na Qualidade do Serviço
O Rio de Janeiro lidera o ranking de furtos de energia no Brasil, com índices de roubo e furto que superam em muito a média nacional de 15%, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em algumas regiões do estado, o índice de “gatos” chega a 85%, como no Complexo do Alemão e na Rocinha.
Esses crimes afetam significativamente a qualidade do serviço, obrigando a Light a substituir transformadores frequentemente em operações complexas e arriscadas, muitas vezes atravessando vielas e morros íngremes para garantir o fornecimento. O prejuízo acumulado em uma década chega a R$ 9,947 bilhões, colocando o Rio no topo dos estados mais afetados por perdas energéticas.
Consequências Legais e Como Denunciar
Os “gatos” de energia são crimes previstos no Art. 155 do Código Penal, com pena de reclusão de um a quatro anos, além de multa. A concessionária também pode acionar judicialmente para cobrar os valores devidos. Em alguns casos, o cliente da Light é vítima direta, caso a energia esteja sendo desviada do seu medidor. Portanto, é essencial fazer verificações regulares nos medidores e lacres para evitar problemas.
Qualquer cidadão pode ajudar a combater este crime, denunciando anonimamente ligações clandestinas observadas na rede elétrica. As denúncias podem ser feitas diretamente à Light ou ao Disque Denúncia pelo telefone (21) 2253-1177.
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