A Prefeitura do Rio de Janeiro deu início, nesta terça-feira (14), ao processo de demolição e limpeza do camelódromo da Uruguaiana, localizado no Centro da cidade. A operação, conduzida pela Secretaria de Conservação e Serviços Públicos em parceria com agentes da Comlurb, tem previsão de durar até 15 dias.
O incêndio, ocorrido no último domingo (12), atingiu uma área de 1.200 metros quadrados, destruindo pelo menos 92 boxes, conforme a União dos Comerciantes do Mercado Popular da Rua Uruguaiana. No total, mais de 1.000 unidades funcionavam no local. A Polícia Civil investiga as causas do incidente, que deixou comerciantes com mercadorias reduzidas a cinzas.
Denúncias de negligência e descaso
Para muitos comerciantes, o incêndio foi uma “tragédia anunciada”. Eles relatam problemas estruturais no camelódromo, como instalações elétricas precárias e falta de fiscalização pela Prefeitura.
— Há anos que as condições elétricas são insuficientes. Todos os dias desligávamos o registro de luz para economizar, mas isso só agravou os problemas — afirmou um comerciante que perdeu sua loja de bebidas no incêndio.
Desde o surgimento do camelódromo em 1994, os boxes foram erguidos pelos próprios trabalhadores. Muitos afirmam que a falta de suporte das autoridades é reflexo de preconceitos com o local.
— As pessoas pensam que aqui só tem bandido, mas são famílias honestas que dependem disso para sobreviver — reforçou outro comerciante.
Prefeitura promete reforma
O prefeito Eduardo Paes visitou o camelódromo logo após o incêndio e prometeu uma reconstrução completa, mencionando o Mercado Popular de Madureira como referência para o novo projeto. Apesar disso, comerciantes relatam a ausência de representantes da Prefeitura no local na segunda-feira (13).
Histórico de incêndios
O camelódromo já foi palco de outros incêndios de grande porte. Em 2007, um fogo destruiu 150 boxes. Em 2015, outro incidente consumiu 180 boxes, levantando debates sobre a necessidade de melhorias estruturais e fiscalização no espaço.
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