O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS) está investigando um suposto desvio de doações por uma ONG em Cachoeirinha. A operação, realizada no último domingo (19), incluiu mandados de busca e apreensão em um depósito na cidade.
Durante a operação, foram apreendidos documentos, celulares e mídias, que estão sendo analisados. A ação tem como objetivo combater atividades criminosas com possíveis motivações políticas. Três suspeitos estão sendo investigados após o Gaeco receber uma denúncia sobre a irregularidade.
Dois dias antes da operação, uma carreta com donativos de Santa Catarina foi descarregada em um depósito não oficial. O Núcleo de Inteligência do MPRS (NIMP) conduziu uma apuração inicial e obteve autorização judicial para a operação.
Há fortes indícios de que os suspeitos, envolvidos com a política local, se apropriaram indevidamente dos donativos. A investigação envolve o vereador Deoclécio Mello (PSDB) e a ONG Vida Viva, fundada por ele. O foco é o possível desvio de duas toneladas de alimentos recebidos pela ONG na quinta-feira (16).
Os alimentos foram armazenados em um depósito na Marechal Rondon, cedido à ONG. Aline Mello, presidente do PSDB e filha do vereador, afirmou que a cedência do espaço foi documentada e que os alimentos estão sendo destinados às famílias atendidas pela entidade. Ela garante que não houve irregularidade e que a operação foi motivada por uma denúncia anônima, como parte da rotina de fiscalizações do MP.
Deoclécio Mello integra a frente ampla de oposição, cujo candidato a prefeito é David Almansa (PT). Aline Mello alegou que apoiadores do governo filmaram a operação, sugerindo uma armação política em ano eleitoral.
A ONG Vida Viva, registrada na Prefeitura, atende 75 pessoas, incluindo 40 alojadas na ONG. Recentemente, a organização recebeu uma carga de donativos de São Paulo, conforme divulgado em um vídeo no Instagram da ONG, mostrando o abrigo para famílias e animais de estimação.
A operação do Gaeco ainda está em andamento e novas informações podem surgir a qualquer momento. A presidente da ONG, Aline Mello, reafirma a legalidade das ações da organização e lamenta o que considera uma manobra política para prejudicar a imagem da entidade e de seu pai, o vereador Deoclécio Mello.
BelfordRoxo24h, a informação nunca para.