A Operação Errata, deflagrada pela Polícia Federal (PF), segue desdobramentos que podem levar ao ex-prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), investigado por suspeitas de corrupção na compra de livros didáticos para a rede municipal de ensino. As apurações revelam um esquema que desviou cerca de R$ 100 milhões entre 2017 e 2024, período em que Waguinho esteve à frente da prefeitura.
Investigação da PF: Contratos Sob Suspeita
A Polícia Federal investiga contratos superfaturados e firmados sem licitação para aquisição de livros didáticos, envolvendo as editoras Soler e IPDH – Gráfica, Editora e Serviços. A apuração aponta que apenas duas empresas forneceram materiais à rede municipal de ensino desde 2017, mesmo com a cidade podendo obter esses livros gratuitamente pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC).
A Controladoria-Geral da União (CGU), que participa da investigação, informou que não houve justificativa para a dispensa da licitação, caracterizando possível fraude nos contratos firmados sob a gestão de Waguinho. Além disso, a PF identificou o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos, indicando lavagem de dinheiro para ocultar a origem ilícita dos valores recebidos.
Waguinho e Ligação Política
O ex-prefeito Waguinho, principal aliado de Lula (PT) na Baixada Fluminense, governou Belford Roxo enquanto os contratos suspeitos eram firmados. Casado com Daniela Carneiro, ex-ministra do Turismo no governo Lula, Waguinho teve influência direta no cenário político nacional e estadual. Após a vitória de Lula em 2022, sua esposa foi nomeada ministra, mas deixou o cargo sete meses depois para ampliar a base do governo no Congresso.
O envolvimento de aliados do ex-prefeito no esquema evidencia o avanço das investigações, o que pode resultar em um possível indiciamento de Waguinho, caso a PF encontre provas concretas de sua participação nos desvios.
Empresas e Defesa
Sandro Coutinho, dono da editora Soler, negou qualquer irregularidade e alegou que sua empresa vende livros há 20 anos e está regularizada. Segundo ele, as denúncias são infundadas, e a editora não tem ligação com Waguinho nem com sua gestão. A editora IPDH não se pronunciou sobre as investigações até o momento.
Impacto do Caso e Próximos Passos
A PF segue aprofundando as investigações para identificar todos os envolvidos no suposto esquema e determinar o destino dos recursos desviados. A expectativa é que novas prisões e bloqueios de bens ocorram nas próximas fases da Operação Errata.
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