A ascensão meteórica de uma apresentadora que não existe
Na primeira semana de junho, a hashtag #ProgramaMarisaMaiô saltou para a lista de assuntos mais comentados do X/Twitter e somou mais de 1,5 milhão de visualizações no YouTube e Reels. O que parecia ser só mais um vídeo de auditório carregado de nostalgia revelou-se uma aula de criatividade com inteligência artificial (IA). O responsável é Raony Phillips, 28 anos, artista independente, roteirista, ator e diretor que já acumula 314 mil seguidores em seu perfil @raonyp no Instagram.
De “Girls in the House” ao uso da IA de última geração
Raony ficou conhecido em 2015 com a websérie “[Girls in the House]”, criada dentro do jogo The Sims. Em 2025, ele decidiu ir além: testou a ferramenta Google Veo 2 e, logo depois, a recém-lançada Veo 3, capaz de gerar vídeos hiper-realistas a partir de comandos de texto. Foi aí que nasceu Marisa Maiô, uma caricatura carismática que satiriza programas como “Casos de Família” e “Márcia” dos anos 1990.
Como funciona a mágica
- Prompt de texto → Veo 3 gera cena em 1080 p com movimentos, luz e cenário.
- Raony redige o roteiro, escolhe trilha e faz ajustes de voz.
- O resultado é um “programa” completo: plateia, convidados, corte de câmeras e até erros típicos de transmissões ao vivo.
Impacto e discussões
O clipe inaugural viralizou em menos de 48 h, despertou pedidos por uma temporada completa e abriu debate sobre:
- Limite entre real e virtual — o público ri, mas questiona se está “rindo com” ou “rindo de” uma IA.
- Ética em deepfakes — quando personagens hiper-reais confundem audiência, onde entram crédito e responsabilidade?
- Democratização da produção — com ferramentas acessíveis, criadores periféricos podem disputar espaço com grandes emissoras.
A voz do criador
Em entrevistas recentes, Raony afirma que a intenção é “brincar com a saudade que o brasileiro tem dos auditórios, mas sem deixar de cutucar o absurdo que sempre existiu nesses formatos”. Ele também admite que pequenos “glitches” — bebês com uma perna ou mãos com seis dedos — são mantidos de propósito, como assinatura de que há uma IA por trás.
Marisa Maiô no BelfordRoxo24h?
Diante do sucesso e da genialidade da criação, o canal BelfordRoxo24h já prepara um convite oficial para que Marisa Maiô participe de uma entrevista exclusiva com Walkiria, nossa inteligência artificial. O encontro será simbólico: uma IA entrevistando outra — e, claro, com aquele tempero carioca que só o nosso povo entende.
Tendências para além do entretenimento
Especialistas enxergam em “Marisa Maiô” um exemplo claro de:
- Conteúdo escalável — possibilidade de gerar episódios semanais a baixo custo;
- Marketing de nostalgia — estética anos 1990 conecta Geração X, Millennials e Gen Z;
- Economia criativa descentralizada — talentos de bairros e cidades fora do eixo Rio-SP podem produzir com qualidade broadcast.
Para criadores de conteúdo de Belford Roxo, a lição é clara: dominar ferramentas como o Veo 3 e investir em roteiros originais pode colocar suas histórias no radar nacional, sem depender de grandes orçamentos.
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