A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de intervir no pagamento de dividendos extraordinários pela Petrobras acabou desviando o foco de um contrato problemático para a estatal, que poderia resultar em um prejuízo de meio bilhão de reais.
Contrariando a diretoria-executiva, da qual o presidente da petroleira, Jean Paul Prates, faz parte, Lula argumentou contra a distribuição dos dividendos extraordinários, propondo que a empresa utilize os ganhos de 2023 para aumentar os investimentos, uma decisão que recebeu apoio da maioria do Conselho de Administração.
Essa movimentação ocorreu em meio às revelações do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre um contrato da Petrobras com a Unigel, que poderia causar um prejuízo significativo à estatal. O contrato, assinado em dezembro de 2023, envolveu fábricas de fertilizantes arrendadas à Unigel, com indícios de irregularidades destacados pela área técnica do TCU.
Enquanto a própria Petrobras iniciava uma sindicância para investigar os detalhes desse contrato, surgiram suspeitas de que um dos diretores da empresa teria sugerido a simulação de uma greve para pressionar pela assinatura do acordo com a Unigel.
Esses acontecimentos revelam um cenário complexo de decisões e contratos na Petrobras, com implicações financeiras importantes e questões éticas em jogo. A interferência de Lula, juntamente com as revelações do TCU e as investigações internas da estatal, destacam a necessidade de transparência e responsabilidade na gestão de uma das maiores empresas do país.