A recente recomposição do imposto de importação para carros eletrificados, inicialmente recebida com críticas pelo setor, agora é vista como um impulso para os investimentos recorde anunciados pelas montadoras no Brasil. Segundo Uallace Moreira, secretário de desenvolvimento industrial, inovação, comércio e serviços, a medida visa conter a importação e incentivar a produção nacional, alinhada ao programa automotivo Mover.
A decisão, que entrou em vigor em janeiro, impõe tarifas de 10% a 12% para carros elétricos ou híbridos importados, com alíquotas aumentando gradualmente até 35% em 2026. Para Moreira, essa ação oferece condições de isonomia de concorrência e previsibilidade para investidores interessados em contribuir para o crescimento econômico do país.
O anúncio recente de investimento da Stellantis, no valor de R$ 30 bilhões até 2030, reforça a expectativa de um ciclo de investimentos sem precedentes no setor automotivo brasileiro, podendo chegar a R$ 117 bilhões, de acordo com previsões da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), ressalta que os principais investimentos foram anunciados antes da recomposição do imposto, destacando a importância do Programa Mover, que oferece incentivos fiscais para investimentos, pesquisa e desenvolvimento no país.
Agora, a expectativa se volta para a regulamentação do programa Mover pelo Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio, além de outras medidas de estímulo ao desenvolvimento do setor, como o projeto de lei da depreciação superacelerada, sob análise do deputado Marcelo Honaiser (PDT-MA).
Fonte: CNN